segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Substituting Potassium Iodide for Methimazole as the Treatment for Graves Disease During the First Trimester May Reduce the Incidence of Congenital Anomalies: A Retrospective Study at a Single Medical Institution in Japan

Ai Yoshihara, Jaeduk Yoshimura Noh, Natsuko Watanabe, Koji Mukasa, Hidemi Ohye, Miho Suzuki, Masako Matsumoto, Yo Kunii, Nami Suzuki, Toshiaki Kameda, Kenji Iwaku, Sakiko Kobayashi, Kiminori Sugino, and Koichi Ito

Thyroid 2015, 25(10):1155-61.

A exposição fetal ao metimazol (MMI) está associada a anomalias congênitas em até 4-8% das crianças expostas. Como opção ao MMI, pode-se utilizar o propiltiouracil (PTU), porém a troca do MMI para PTU também aumenta o risco de malformações em 1,8 vezes. Com o objetivo de reduzir este desfecho neonatal desfavorável, tem-se introduzido o uso de iodeto de potássio (KI) como tratamento da Doença de Graves (DG) na gestação, por bloquear a síntese e liberação de hormônios tireoidianos. Este estudo observacional analisou gestantes com DG que estavam em uso de MMI, comparando a incidência de anomalias congênitas nos filhos daquelas que permaneceram com a medicação (grupo MMI) em relação aos filhos de mães que trocaram MMI por iodeto de potássio (grupo KI). A coorte era formada por 282 gestantes com DG que fizeram a troca de metimazol por KI no 1º trimestre e por 1.333 gestantes que permaneceram em uso e metimazol. A dose de KI usada foi e 10 a 30mg/dia.
A taxa de anomalia congênita foi maior no grupo MMI vs. grupo KI (4,14% vs. 1,53%). Não houve diferença entre os grupos em relação à idade materna, peso ao nascer, idade gestacional, T4 livre, perda perinatal, aborto eletivo ou dose de MMI usada no 1º trimestre. Houve maior taxa de aborto espontâneo no grupo MMI quando comparado com grupo KI (12,3 vs. 5,3%). As malformações encontradas no grupo KI acontecerem em mulheres que estavam eutireoideas, usando doses baixas de MMI (2,5 a 15mg) e que fizeram a troca do MMI para KI entre a 4ª e 7ª semanas de idade gestacional. Não houve casos de bócio ou hipotireoidismo severo neonatal nos filhos de usuárias de KI. Alguns pontos foram destacados e discutidos no Clube de Revista:
·         Por se tratar de um estudo observacional e retrospectivo há certas limitações/vieses inerentes a este tipo de estudo;
·         Não houve cálculo de tamanho de amostra para quantificar o poder do estudo;
·         Como ponto forte do estudo pode-se destacar ser o primeiro a descrever redução de anomalias congênitas ao usar KI no tratamento de DG ao invés de MMI em coorte com grande número de gestantes; 
·         O KI parece ser eficiente e seguro no tratamento de DG em gestantes.

Pílula do Clube: Houve menor incidência de malformações congênitas em usuárias de KI do que em usuárias de MMI, entretanto, a troca de MMI por KI no 1º trimestre não impediu completamente o surgimento de alterações associadas ao MMI.


Discutido no Clube de Revista de 09/11/2015.

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