Jennifer B. Green, M. Angelyn Bethel, Paul W.
Armstrong, John B. Buse, Samuel S. Engel, Jyotsna Garg, Robert Josse, Keith D.
Kaufman, Joerg Koglin, Scott Korn, John M. Lachin, Darren K. McGuire, Michael
J. Pencina, Eberhard Standl, Peter P. Stein, Shailaja Suryawanshi, Frans Van de
Werf, Eric D. Peterson, and Rury R. Holman, for the TECOS Study Group
N Engl J Med 2015; 373:232-24.
O
estudo Savor TIMI-53 mostrou aumento de 27% nas internações por insuficiência
cardíaca nos pacientes que fizeram uso da saxagliptina, enquanto que no estudo
EXAMINE, o uso de alogliptina não se associou com eventos adversos
cardiovasculares. Este ECR selecionou pacientes diabéticos com mais de 50 anos,
HbA1c entre 6,5-8%, usando um ou dois antidiabéticos e com DCV estabelecida
(evento coronariano maior, AVC ou doença arterial periférica). Foram excluídos
pacientes com TFG<30, que tiveram dois ou mais episódios de hipoglicemia grave
nos últimos 12 meses ou que fizeram uso prévio de Inibidor DDP-IV, análogo do
GLP-1 ou tiazolidinedionas (que não pioglitazona) nos últimos 3 meses. Os pacientes
eram randomizados 1:1 para receberam sitagliptina 100 mg/dia (ou 50 mg/dia se
TFG 30-50) ou placebo, tendo os outros antidiabéticos ajustados para manter
níveis de HbA1c dentro das alvos estabelecidos. A dose das medicações era
ajustada conforme a TFG e os pacientes eram retirados do estudo se
apresentassem dois ou mais episódios de hipoglicemia grave. O desfecho primário
foi a combinação de morte por doença CV, IAM não-fatal, AVC não-fatal ou
hospitalização por angina instável. Os desfechos secundários foram a combinação
de morte por doença CV, IAM não fatal ou AVC não fatal; morte por evento CV,
AVC fatal ou não fatal, IAM fatal ou não fatal, morte por qualquer causa,
hospitalização por IC, mudanças na HbA1c ou TFG, inicio ou mudanças
terapêuticas e episódios de hipoglicemia grave que foram avaliadas
individualmente. Foi utilizada análise estatística de não inferioridade na
população per protocol, com um limite
superior do HH de 1,3 para o desfecho primário. Também foram feitas análises de
superioridade na população intentio-to-treat.
A amostra foi calculada de forma a ter bom poder estatístico para ambas as
análises. Foram randomizados 14.735 pacientes, dos quais 13.877 completaram o
estudo. Os pacientes tinha em média idade 65 anos, duração de DM de 11 anos,
HbA1c de 7,2% e IMC de 30 no baseline. Ao final do estudo, os pacientes tiveram
um seguimento médio de 3 anos, com HbA1c 0,29% menor no grupo que recebeu sitagliptina
e sem diferenças nos desfechos avaliados em todas as análises. Houve um maior
número de casos de pancreatite aguda entre os pacientes que receberam sitagliptina
(20 vs. 11), sem significância
estatística. Durante o Clube foram discutidos os seguintes aspectos:
·
O estudo não foi
desenhado para avaliar eficácia da droga no tratamento do diabetes, pois foram
selecionados pacientes com bom controle glicêmico e comparados com drogas
ajustadas para manter controle adequado;
·
Não houve aumento de ECV
com a sitagliptina em relação ao uso de outros antidiabéticos + placebo;
·
O uso dos inibidores
da DDP-IV causa uma redução modesta na HbA1c,
efeito neutro no peso e baixo risco de hipoglicemias, parecendo ser potencialmente
benéficos nos pacientes com função renal comprometida, nos quais há limitação
de outras opções terapêuticas;
·
Há aumento no número
de episódios de pancreatite nos estudos com inibidores da DDP-IV, sem
significância estatística, sugerindo baixo poder para avaliar este efeito
adverso e não necessariamente a inexistência do mesmo.
Pílula do Clube: em pacientes diabéticos com alto risco cardiovascular e
bom controle glicêmico, a adição de sitagliptina a outros antidiabéticos orais não
aumenta número de desfechos cardiovasculares.
Discutido no Clube de
Revista de 10/08/2015.
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