segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Home Use of an Artificial Beta Cell in Type 1 Diabetes


H. Thabit, M. Tauschmann, J.M. Allen, L. Leelarathna, S. Hartnell, M.E. Wilinska, C.L. Acerini, S. Dellweg, C. Benesch, L. Heinemann, J.K. Mader, M. Holzer, H. Kojzar, J. Exall, J. Yong, J. Pichierri, K.D. Barnard, C. Kollman, P. Cheng, P.C. Hindmarsh, F.M. Campbell, S. Arnolds, T.R. Pieber, M.L. Evans, D.B. Dunger, and R. Hovorka, for the APCam Consortium and AP@home Consortium*

N Engl J Med 2015; 373:2129-2140.

Este artigo reúne 2 ECRs, abertos, crossover, mostrando resultados do uso de bomba de insulina "célula beta artificial" em pacientes com diabetes tipo 1 (DM1) na "vida real", ou seja, em ambiente não controlado pelos pesquisadores. Esta bomba de insulina combina 3 dispositivos conectados entre si (em alça fechada) por bluetooth/wireless: 1) bomba de infusão de insulina, 2) monitorização de glicose subcutânea em tempo real (CGMS) e 3) smartphone ou computador com algoritmo que de 12/12 minutos calcula a taxa de infusão de insulina e envia informações para a bomba de infusão aumentando ou reduzindo a liberação de insulina de acordo com os resultados do CGMS. Os ECR comparam o uso de bomba com sensor-augmented (grupo controle) vs. célula beta artificial em DM1 (grupo intervenção) por um período de 12 semanas em cada braço. A população estudada no primeiro ECR foi de DM1 adultos usando a bomba de insulina por 24 horas do dia e no segundo ECR foi de DM1 entre 6 e 12 anos usando a bomba de insulina apenas de noite (ligada após a janta ou horário de dormir e retirada antes do café da manhã). O desfecho primário avaliado foi a proporção de tempo que a glicemia se manteve entre 70-180 mg/dL (adultos) ou 70-145 mg/dL (crianças) durante as 12 semanas.
No grupo dos adultos, em 67% do tempo em estudo encontravam-se dentro dos limites glicêmicos alvo no grupo intervenção vs. 56% do tempo no grupo controle. Houve também redução da glicemia média de 157 vs. 168 mg/dL e redução da HbA1c de 7,3 vs. 7,6% nos grupos intervenção vs. controle, respectivamente. Na avaliação das crianças, quando comparando às 24h do dia, em 61 vs. 51% do tempo estavam dentro dos valores alvo pré-determinados. Houve também redução da glicemia media: 172 vs 181 mg/dL, grupo intervenção vs. controle, respectivamente. Quando avaliado o período noturno, em que estavam usando a bomba célula beta artificial, 60% vs. 34% do tempo estavam dentro dos limites, acarretando a redução da glicose noturna para 146 vs. 176 mg/dL. Não houve diferença nos valores de HbA1c (7,6 vs. 7,9%) entre os grupos. Não houve diferença na quantidade (em unidades) de insulina utilizada entre os grupos.  Os seguintes pontos foram discutidos:
  • Trata-se do primeiro estudo mais longo e de vida real utilizando a bomba célula beta artificial, demonstrando sua segurança fora do controle estrito dos pesquisadores;
  • A população estudada parece ser bem orientada e educada quanto aos cuidados relacionados ao diabetes: todos já estavam em uso de bomba de insulina por pelo menos 6 meses (média de 3 anos para as crianças e de 8 anos para os adultos) e todos os adultos faziam contagem de carboidratos. Eles também receberam treinamento (2 a 8 semanas) para usar a nova bomba de insulina durante o período de run-in.


Pílula do Clube: O uso de bomba de insulina célula beta artificial foi responsável por melhorar discretamente o controle glicêmico em crianças e adultos. Os vários insumos/equipamentos e dependência de wireless necessário para o funcionamento podem impactar na praticidade do uso por longo prazo.


Discutido no Clube de Revista de 23/11/2015.

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