H.
Thabit, M. Tauschmann, J.M. Allen, L. Leelarathna, S. Hartnell, M.E. Wilinska,
C.L. Acerini, S. Dellweg, C. Benesch, L. Heinemann, J.K. Mader, M. Holzer, H.
Kojzar, J. Exall, J. Yong, J. Pichierri, K.D. Barnard, C. Kollman, P. Cheng,
P.C. Hindmarsh, F.M. Campbell, S. Arnolds, T.R. Pieber, M.L. Evans, D.B.
Dunger, and R. Hovorka, for the APCam Consortium and AP@home Consortium*
N Engl J Med 2015;
373:2129-2140.
Este
artigo reúne 2 ECRs, abertos, crossover,
mostrando resultados do uso de bomba de insulina "célula beta
artificial" em pacientes com diabetes tipo 1 (DM1) na "vida
real", ou seja, em ambiente não controlado pelos pesquisadores. Esta bomba
de insulina combina 3 dispositivos conectados entre si (em alça fechada) por bluetooth/wireless: 1) bomba de infusão
de insulina, 2) monitorização de glicose subcutânea em tempo real (CGMS) e 3)
smartphone ou computador com algoritmo que de 12/12 minutos calcula a taxa de
infusão de insulina e envia informações para a bomba de infusão aumentando ou
reduzindo a liberação de insulina de acordo com os resultados do CGMS. Os ECR
comparam o uso de bomba com sensor-augmented
(grupo controle) vs. célula beta
artificial em DM1 (grupo intervenção) por um período de 12 semanas em cada
braço. A população estudada no primeiro ECR foi de DM1 adultos usando a bomba
de insulina por 24 horas do dia e no segundo ECR foi de DM1 entre 6 e 12 anos
usando a bomba de insulina apenas de noite (ligada após a janta ou horário de
dormir e retirada antes do café da manhã). O desfecho primário avaliado foi a
proporção de tempo que a glicemia se manteve entre 70-180 mg/dL (adultos) ou
70-145 mg/dL (crianças) durante as 12 semanas.
No
grupo dos adultos, em 67% do tempo em estudo encontravam-se dentro dos limites
glicêmicos alvo no grupo intervenção vs.
56% do tempo no grupo controle. Houve também redução da glicemia média de 157 vs. 168 mg/dL e redução da HbA1c de 7,3 vs. 7,6% nos grupos intervenção vs. controle, respectivamente. Na
avaliação das crianças, quando comparando às 24h do dia, em 61 vs. 51% do tempo estavam dentro dos
valores alvo pré-determinados. Houve também redução da glicemia media: 172 vs 181 mg/dL, grupo intervenção vs. controle, respectivamente. Quando
avaliado o período noturno, em que estavam usando a bomba célula beta
artificial, 60% vs. 34% do tempo
estavam dentro dos limites, acarretando a redução da glicose noturna para 146 vs. 176 mg/dL. Não houve diferença nos
valores de HbA1c (7,6 vs. 7,9%) entre
os grupos. Não houve diferença na quantidade (em unidades) de insulina
utilizada entre os grupos. Os seguintes
pontos foram discutidos:
- Trata-se do primeiro estudo mais longo e de vida real utilizando a bomba célula beta artificial, demonstrando sua segurança fora do controle estrito dos pesquisadores;
- A população estudada parece ser bem orientada e educada quanto aos cuidados relacionados ao diabetes: todos já estavam em uso de bomba de insulina por pelo menos 6 meses (média de 3 anos para as crianças e de 8 anos para os adultos) e todos os adultos faziam contagem de carboidratos. Eles também receberam treinamento (2 a 8 semanas) para usar a nova bomba de insulina durante o período de run-in.
Pílula do Clube: O uso de bomba de insulina célula beta
artificial foi responsável por melhorar discretamente o controle glicêmico em
crianças e adultos. Os vários insumos/equipamentos e dependência de wireless necessário para o funcionamento
podem impactar na praticidade do uso por longo prazo.
Discutido no Clube de Revista de
23/11/2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário