sexta-feira, 25 de março de 2011

Comentário do Clube de Revista de 15/03/2011

Olmesartan for the Delay or Prevention of Microalbuminuria
in Type 2 Diabetes
Hermann Haller, Sadayoshi Ito, Joseph L. Izzo, Andrzej Januszewicz,
Shigehiro Katayama, Jan Menne, Albert Mimran, Ton J. Rabelink,
Eberhard Ritz, Luis M. Ruilope, Lars C. Rump and Giancarlo Viberti,
for the ROADMAP Trial Investigators*

            Neste ECR foi testada a hipótese conceitual de que o bloqueador do receptor da angiotensina, olmesartan, retardaria e diminuiria a microalbuminúria (MA) em pacientes com diabete melito do tipo 2 (DM2) sem MA. Foram randomizados 4449 pacientes com DM tipo 2, brancos, com idade entre 18-75 anos, que receberam olmesartan 40 mg por dia ou placebo. O desfecho primário foi o tempo até a identificação da MA. Os desfechos secundários foram várias combinações que incluíam desfechos cardiovasculares isolados e morte cardiovascular. Os pacientes foram seguidos por uma média de 3,2 anos. O resultado principal do estudo foi que a MA foi semelhante entre os grupos olmesartan e placebo (8,2 vs. 9,8%), com aumento do tempo até o aparecimento da MA nos pacientes do grupo olmesatan (722 vs. 576 dias; RC 0,77 com IC95% 0,62-0,92 e p=0,006). Os pacientes que receberam olmesartan tiveram, no entanto, aumento de mortalidade cardiovascular (0,7% vs. 0,1%; p=0,01) e aumento de eventos adversos. Os comentários do Clube de Revista foram os seguintes:
·        Não se justifica ECR deste porte para avaliação de desfecho primário intermediário (MA) ao invés de desfechos clínicos (doença renal terminal, morte, desfechos cardiovasculares);
·        A participação da indústria farmacêutica ocorreu em todas as fases do estudo;
·        Os pacientes estudados eram baixo risco cardiovascular, o que resultou em um número baixo de desfechos, reduzindo o poder do estudo.
Pílula do Clube: O uso de olmesartan (comparado com placebo) em pacientes DM2 hipertensos, sem MA retarda o desenvolvimento de MA, podendo, entretanto, estar associado a aumento de eventos cardiovasculares fatais.

Comentário do Clube de Revista de 01/03/2011

Real-Time Elastosonography: Useful Tool for Refining the Presurgical Diagnosis in Thyroid Nodules with Indeterminate or Nondiagnostic Cytology
T. Rago, M. Scutari, F. Santini, V. Loiacono, P. Piaggi, G. Di Coscio, F. Basolo, P. Berti, A. Pinchera, and P. Vitti

J. Clin. Endocrinol. Metab., Dec 2010; 95: 5274 - 5280

Este estudo avalia uma nova ferramenta diagnóstica para diferenciar nódulos de tireóide entre benignos e malignos. A elastosonografia (ou elastografia) permite avaliar, por ecografia, a consistência do nódulo e é realizada durante exame ecográfico por auxílio de um programa instalado no aparelho usual de ecografia. Os autores citam estudos anteriores que mostraram que escores de 4 ou 5 têm sensibilidade de 82-97% e especificidade de 96-100% para malignidade em nódulos de tireóide (Lyshchik et al. Radiology 2005: 202–11; Rago et al. JCEM 2007: 92:2917-22). No estudo atual foram selecionados somente pacientes com nódulos de tireóide e exame citológico com resultado indeterminado ou não diagnóstico. Como padrão ouro para o diagnóstico, foi escolhido o exame anatomopatológico. No total 195 nódulos foram avaliados, sendo 142 com exame citológico indeterminado e 53 não diagnósticos. Neste estudo foram agrupados os escores resultando em três: 1, 2 ou 3. O resultado principal, concordante com os trabalhos prévios, demonstrou que escores elevados (2 ou 3) na elastosonografia têm sensibilidade de 94,9% e especificidade de 90,3% para malignida. Os comentários dos participantes do Clube foram os seguintes:
·         Estudo bem desenhado, com avaliação do método no contexto clínico onde ele pode ser mais útil e com utilização de padrão ouro adequado;
·         Da mesma maneira dos trabalhos anteriores já citados, não houve realização do exame por mais de um examinador ou repetição do exame pelo mesmo examinador. Com isso, não temos dados sobre reprodutibilidade do exame.

Pílula do Clube: A elastosonografia parece ser um método promissor na avaliação dos nódulos de tireóide de uma maneira geral e também naqueles com citologia indeterminada e não diagnóstica. Entretanto, a falta de informação sobre a reprodutibilidade do exame limita a validade externa.

Semaglutide and Cardiovascular Outcomes in Obesity without Diabetes

  A. Michael Lincoff, Kirstine Brown‐Frandsen, Helen M. Colhoun, John Deanfield, Scott S. Emerson, Sille Esbjerg, Søren Hardt‐Lindberg, G. K...