sábado, 19 de novembro de 2022

Supplemental Vitamin D and Incident Fractures in Midlife and Older Adults

 Meryl S LeBoff, Sharon H Chou, Kristin A Ratliff, Nancy R Cook, Bharti Khurana, Eunjung Kim, Peggy M Cawthon, Douglas C Bauer, Dennis Black, J Chris Gallagher, I-Min Lee, Julie E Buring, JoAnn E Manson


N Engl J Med 2022, 387(4):299-309

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2202106


Nos EUA há 53,6 milhões de pessoas com osteoporose, baixa massa óssea ou ambos e ocorrem 2 milhões de fraturas osteoporóticas ao ano. Os suplementos com vitamina D são amplamente recomendados para saúde óssea, mas dados quanto sua capacidade em reduzir fraturas são inconsistentes. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar se a suplementação com  vitamina D reduz o risco de fraturas comparado ao placebo em adultos saudáveis.

O ensaio clínico de vitamina D e ômega 3 (VITAL) foi um estudo fatorial 2x2, randomizado, controlado que avaliou se a suplementação com vitamina D3 (2000 UI/dia), ômega 3 (1g/dia) ou ambos preveniriam câncer ou doença cardiovascular.  Nesse estudo também foi avaliado se a suplementação com vitamina D resultaria em menor risco de fraturas comparado ao placebo. Os critérios de inclusão foram homens acima de 50 anos, mulher acima de 55 anos, em uso de até 800 UI de vitamina D e até 1200 mg de cálcio. Os critérios de exclusão eram história de câncer, doença cardiovascular e hipercalcemia. O desfecho primário foi o primeiro episódio de fratura não vertebral e de quadril e o desfecho secundário o total de fraturas não vertebrais e de quadril excluindo pé, dedo, crânio, periprotética e fraturas patológicas. Análises do desfecho primário e secundário foram feitas por intenção de tratar. Foram feitas análises de subgrupo para avaliar se havia modificação do efeito do tratamento conforme sexo, raça, etnia, IMC, uso de calcio e vitamina D, vitamina D basal e grupo em estudo.

Foram incluídos 25.871 participantes (50,6% mulheres), destes foram confirmadas 1991 fraturas novas em 1551 participantes em um seguimento de 5,3 anos. Comparado ao placebo, a suplementação com vitamina D não demonstrou efeito significativo no total de fraturas  que ocorreram em 769 de 12.927 pacientes no grupo da vitamina D e 782 de 12.944 no grupo do placebo (RR 0,98; IC95% 0,89 a 1,08; P=0,7), fraturas não vertebrais (RR 0,97; IC95% 0,87 a 1,07; P=0,5) ou fraturas de quadril (RR 1,01; IC95% 0,7 a 1,47; P=0,96). Não houve modificação no efeito do tratamento na estratificação de acordo com idade, sexo, raça ou grupo étnico, IMC ou nível de vitamina D. Durante o Clube, os seguintes pontos foram discutidos:

  • A amostra foi grande, diversificada e com alta aderência;

  • O estudo foi grande o suficiente para estratificar pacientes com nível de vitamina D basal e a ocorrência de fraturas foi confirmada;

  • O estudo não foi desenhado para avaliar efeitos de vitamina D em pacientes com deficiência de vitamina D e apenas 2,% dos pacientes apresentavam  vitamina D menor que 12 ng/mL, o que pode justificar o seu resultado negativo.

   

Pílula do Clube: a suplementação com vitamina D não resultou em menor risco de fratura total, não vertebral ou de quadril comparado ao placebo em adultos de meia idade ou mais velhos que não foram selecionados com base em deficiência de vitamina D, baixa massa óssea ou osteoporose.


Discutido no Clube de Revista de 01/08/2022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Semaglutide and Cardiovascular Outcomes in Obesity without Diabetes

  A. Michael Lincoff, Kirstine Brown‐Frandsen, Helen M. Colhoun, John Deanfield, Scott S. Emerson, Sille Esbjerg, Søren Hardt‐Lindberg, G. K...