sábado, 19 de novembro de 2022

Romosozumab or Alendronate for Fracture Prevention in Women with Osteoporosis

 Kenneth G. Saag, Jeffrey Petersen, Maria Luisa Brandi, Andrew C. Karaplis, Mattias Lorentzon, Thierry Thomas, Judy Maddox, Michelle Fan, Paul D. Meisner, and Andreas Grauer


N Engl J Med 2017, 377(15):1417-1427.

https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1708322 


A esclerostina é uma proteína sintetizada pelos osteoclastos que tem como algumas de suas funções a inibição dos osteoblastos e o estímulo dos osteoclastos. O romosozumabe é um anticorpo monoclonal anti-esclerostina, que em teoria, portanto, aumentaria a formação óssea e reduziria a reabsorção óssea.

Neste ensaio clínico randomizado de fase 3, multicêntrico, internacional, duplo cego, 4.093 pacientes do sexo feminino, com osteoporose de alto risco (com fratura prévia) foram randomizadas para receber 12 meses de romosozumabe ou alendronato. Após este período, ambos os grupos passaram a receber alendronato por pelo menos 12 meses. Todos os pacientes recebiam cálcio e vitamina D. Os desfechos primários foram a incidência cumulativa de fraturas clínicas (vertebrais sintomáticas e não-vertebrais) no momento da análise primária e a incidência cumulativa de novas fraturas vertebrais aos 24 meses. Os desfechos secundários foram a análise da DMO na coluna, fêmur total e colo do fêmur aos 12 e 24 meses e a incidência de fraturas não-vertebrais no momento da análise primária. Durante o seguimento os pacientes realizaram radiografias de coluna e densitometrias ósseas e um subgrupo teve marcadores de formação e absorção ósseas medidos no soro. No total, 89% dos pacientes concluíram a primeira fase do estudo e 77% dos pacientes concluíram a segunda fase do estudo. O número de perdas e os motivos de perda de seguimento foram semelhantes em ambos os grupos.

Houve redução de 48% das fraturas vertebrais aos 24 meses no grupo romosozumabe (HR 0,52; P<0,001) e redução de 27% das fraturas clínicas no momento da análise no grupo romosozumabe (HR 0,73, P<0,001). Houve redução de 19% das fraturas não-vertebrais no momento da análise primária no grupo romosozumabe e houve aumento da densidade mineral óssea na coluna, colo do fêmur e fêmur total, que se mantiveram mesmo após a transição para alendronato, na segunda fase do estudo. Entre os eventos adversos, houve maior ocorrência de evento isquêmico cardíaco (0,8% vs. 0,3%) e eventos cerebrovasculares cardíaco (0,8% vs. 0,3%) no grupo romosozumabe. No Clube de Revista foram debatidos os seguintes pontos:

  • Uma das forças do estudo é ter usado desfecho duro como “fratura” e não somente substitutos, porém o tempo de seguimento talvez seja curto para avaliação de um desfecho como esse;

  • Os critérios de exclusão não estavam totalmente claros no artigo.

  • Os pacientes de mais risco cardiovascular devem ser avaliados com cautela para o uso do romosozumabe.


Pílula do Clube: o romosozumabe é um medicamento com efeito anabólico e antirreabsortivo no osso, que neste estudo reduziu risco de fraturas em mulheres em menopausa com osteoporose e fraturas prévias. O risco cardiovascular é um ponto a ser melhor avaliado para este fármaco.


Discutido no Clube de Revista de 15/08/2022.

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