sexta-feira, 29 de março de 2024

Assessing the Causal Role of Sleep Traits on Glycated Hemoglobin: A Mendelian Randomization Study

 Junxi Liu, Rebecca C. Richmond, Jack Bowden, Ciarrah Barry, Hassan S. Dashti, Iyas Daghlas, Jacqueline M. Lane, Samuel E. Jones, Andrew R. Wood, Timothy M. Frayling, Alison K. Wright, Matthew J. Carr, Simon G. Anderson, Richard A. Emsley, David W. Ray, Michael N. Weedon, Richa Saxena, Deborah A. Lawlor, Martin K. Rutter. 


Diabetes Care. 2022 Apr 1;45(4):772-781.

https://diabetesjournals.org/care/article/45/4/772/144928/Assessing-the-Causal-Role-of-Sleep-Traits-on


Pesquisas observacionais indicaram conexão entre distúrbios do sono e aumento do risco de diabetes, sem conclusão quanto à relação causal entre ambos. Os autores utilizam técnica chamada “Randomização Mendeliana”, uma abordagem estatística para tentativa de inferência de causalidade a partir de dados observacionais. O princípio deste tipo de análise envolve comparar variantes genéticas relacionadas com uma exposição (distúrbios do sono) com um desfecho de interesse (glicemia e HbA1c). Como o genoma é “randomizado” para um indivíduo durante a concepção, não há risco de viés de confusão ou causalidade reversa. 

Ao considerar informações de grandes bancos de dados genéticos do Reino Unido, os autores encontram uma associação consistente entre sintomas frequentes de insônia e níveis mais elevados de HbA1c, mas pouca robustez de associação entre outros distúrbios do sono e HbA1c. Ao contrastar 1SMR (que compara os dados genéticos de exposição com dados fenotípicos de desfecho medidos na mesma população) com 2SMR (que usa escores poligênicos derivados de uma população para prever desfechos em outra população independente), não foram encontrados indícios de causalidade reversa

Limitações citadas no artigo incluíram o possível impacto de pleiotropia horizontal (variantes genéticas que influenciam mais de um traço fenotípico), como genes que influenciam IMC ou apneia do sono, o possível viés de seleção ao considerar dados genéticos da população do Reino Unido, que pode não ser generalizável para outras populações, e ao viés induzido por medida de distúrbios de sono por autorrelato. Pontos discutidos no Clube incluíram:

  • A dificuldade de avaliar a qualidade metodológica de artigos de randomização mendeliana, devido à falta de familiaridade com a metodologia;

  • Dificuldade de estimar o impacto clínico do resultado encontrado em termos práticos;

  • O considerável tempo necessário até que análises semelhantes possam ser feitas para população brasileira, devido à ausência de dados primários para nossa população.


Pílula do Clube: sintomas frequentes de insônia podem ser um fator direto relacionado a aumentos de HbA1c, mas a dimensão desta contribuição é difícil de estimar. 


Discutido no Clube de Revista de 25/09/2023.


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