sábado, 13 de julho de 2019

Fracture Risk After Roux-en-Y Gastric Bypass vs Adjustable Gastric Banding Among Medicare Beneficiaries


Yu EW, Kim SC, Sturgeon DJ, Lindeman KG, Weissman JS

JAMA Surg 2019, May 15

Trata-se de estudo de coorte retrospectivo para comparar o risco de fratura após o bypass gástrico em Y de Roux (BPGYR) em comparação à banda gástrica ajustável (BGA). O estudo utilizou informações dos pacientes beneficiários do Medicare, maiores de 21 anos, que apresentavam o CID-9 de obesidade grave (IMC ≥ 40) e foram submetidos a tratamento cirúrgico (BPGYR ou BGA) entre 2006 e 2014. Foram excluídos os pacientes com menos de 365 dias de carência do seguro antes da data da cirurgia, histórico de neoplasia ou quimioterapia, doença renal ou transplante, outras cirurgias gastro-intestinais ou residentes de instituição de longa permanência. O desfecho primário foi incidência de fratura não-vertebral e o secundário incidência de  fratura por sítio específico. Os pacientes foram seguidos da data da cirurgia até o desfecho primário ou admissão em instituição de cuidados de longa permanência ou segunda cirurgia bariátrica após 90 dias da data do índice ou morte. Foram avaliadas as comorbidades potencialmente confundidoras associadas com o tipo de cirurgia e risco de fratura, entre elas, idade, sexo, ano de cirurgia, região geográfica, raça, diabetes, comorbidades, medicamentos modificadores de massa óssea, diagnóstico de osteoporose ou uso de medicação anti-osteoporótica, histórico de queda, densidade mineral óssea e marcadores da frequência de utilização de cuidados de saúde.
Foram incluídos na análise 42345 participantes, dos quais 33254 (78,5%) eram mulheres, apresentando idade de 51 ± 12 anos. Os pacientes foram seguidos por um tempo de 5 ± 2,1 anos, sendo documentadas 658 fraturas não vertebrais. A taxa de incidência de fraturas foi de 6,6 (IC95% 6,0-7,2) após BPGYR e 4,6 (IC95% 3,9-5,3) após BGA, com uma razão de risco de 1,73 (IC95% 1,45-2,08) após ajuste multivariado. Análises por sítio específico demonstraram um aumento do risco de fratura de quadril (RR 2,81; IC95% 1,82-4,49), punho (RR 1,70; IC95% 1,33-2,14) e pelve (RR 1,48; IC95% 1,08-2,07) nos pacientes que realizaram BPGYR. Nenhuma interação significativa do risco de fratura com idade, sexo, status de diabetes ou raça foi encontrada. Adultos com 65 anos ou mais apresentaram padrão semelhante de risco de fratura ao de adultos jovens. Análise de sensibilidade usando escore de propensão mostrou resultados semelhantes (fratura não vertebral: RR 1,75; IC95% 1,22-2,52). Foi discutido no clube:
·         O estudo foi metodologicamente bem desenhado e desenvolvido, embora retrospectivo, seguindo as orientações do STROBE, apresentando como diferencial a maior coorte composta por número expressivo de idosos, permitindo análise estratificada;  
·         O grupo controle também era composto de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, reduzindo os vieses que podem ocorrer por indicação para cirurgia;
·         A idade média no grupo BGA foi 4 anos maior do que no BPGYR, o que mostra que a BGA deve ter sido indicada mais na população idosa por ser  procedimento de menor risco. O grupo BPGYR apresentava prevalência maior de esteatose hepática. Contudo, a análise dos dados não foi comprometida por essas diferenças, pois quando realizada a análise de sensibilidade por pareamento usando o escore de propensão foi mantido o maior risco de fratura nos pacientes submetidos ao BPGYR.

Pílula do Clube: O risco de fratura após BPGYR é consistentemente maior em comparação a BGA e em grau semelhante entre adultos e idosos.

Discutido no Clube de Revista de 17/06/2019.

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