Jeff
D. Williamson, Lenor J. Launer, Nick Bryan, Laura H. Coker, Ronald M. Lazar, Hertzel
C. Gerstein, Anne M. Murray, Mark D. Sullivan, Karen R. Horowitz, Jingzhong
Ding, Santica Marcovina, Laura Lovato, James Lovato, Karen L. Margolis,
Christos Davatzikos, Joshua Barzilay, Henry N. Ginsberg, Peter E. Linz, Michael
E. Miller, for the Action to Control Cardiovascular Risk in Diabetes (ACCORD)
Memory in Diabetes (MIND) Investigators
Jama
Internal Medicine 2014; 174 (3): 324-333.
Trata-se
de ensaio clínico randomizado com dois grupos em paralelo: um grupo randomizado
para o tratamento intensivo ou padrão da pressão arterial e outro grupo de
pacientes randomizado para o tratamento da dislipidemia com fibrato. Apenas o
grupo randomizado para o fibrato era cegado. O objetivo do estudo foi
investigar se o tratamento intensivo da pressão arterial (<120 mmHg) e a
terapia com fibrato seriam capazes de diminuir a progressão da disfunção
cognitiva avaliada por escores já validados para o DM, bem como a atrofia
cerebral avaliada pela ressonância magnética. Foram incluídos pacientes de 65-75 anos, com DM
tipo 2, HbA1c > 7,5%, que tivessem doença cardiovascular estabelecida ou evidências
anatômicas de aterosclerose, microalbuminúria, hipertrofia de ventrículo esquerdo,
ou pelo menos dois fatores de risco adicionais para doença cardiovascular
(dislipidemia, hipertensão, tabagismo ou obesidade). Foram excluídos pacientes com
episódios frequentes ou algum episódio recente e grave de hipoglicemia, não
concordância em realizar monitorização da glicemia no domicílio, IMC > 45
kg/m2, ou creatinina > 1,5 mg/dL. O desfecho primário foi o
número de símbolos completos em 120 segundos no Digit Symbol Substitution Test (DSST) e volume cerebral total (subestudo
com ressonância magnética). Não houve diferença nos escores de função cognitiva
ao final de 40 meses em relação aos grupos de tratamento intensivo da pressão
arterial e grupo controle; o mesmo ocorreu no grupo do fibrato. No subestudo da
ressonância magnética, o controle intensivo da pressão arterial foi inferior ao
tratamento controle da pressão arterial, ocasionando maior perda no volume
cerebral total em 40 meses no subestudo da ressonância magnética (p = 0,01). Não
houve relato de eventos adversos. Durante o clube de revista os seguintes
pontos foram ressaltados:
- Os critérios de inclusão e exclusão não são mencionados no texto principal do artigo, o que dificulta análise do artigo;
- A análise do estudo foi feita por protocolo;
- Houve elevado número de perdas nos grupos de seguimento;
- Considerando-se as perdas e não ter sido atingido o declínio previsto no escore DSST, o poder no estudo foi provavelmente menor do que o calculado.
Pílula do Clube: Controle pressórico
intensivo e terapia com fibrato não são capazes de reduzir o declínio cognitivo
relacionado ao DM tipo 2, embora o estudo tenha tido baixo poder para esta afirmação.
Discutido no Clube de Revista de 19/05/2014.
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