quarta-feira, 30 de março de 2022

Effect of TSH Suppression Therapy on Bone Mineral Density in Differentiated Thyroid Cancer: A Systematic Review and Meta-analysis

 Eu Jeong  Ku, Won  Sang  Yoo, Eun  Kyung Lee, Hwa  Young  Ahn Seung Hoon Woo, Jun Hwa Hong, Hyun Kyung Chung and Jin-Woo Park


J Clin Endocrinol Metab 2021, 106(12):3655-3667

https://academic.oup.com/jcem/article-lookup/doi/10.1210/clinem/dgab539


A supressão do TSH como terapia adjuvante do carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) é amplamente utilizada. Este estudo visou avaliar o impacto desta medida na densidade mineral óssea dos pacientes. Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise que incluiu coortes prospectivas, retrospectivas e estudos de caso-controle com pacientes com TSH suprimido pós-tireoidectomia por CDT, comparando-os a controles saudáveis. Foram excluídos da metanálise: estudos sem informação de DMO; comparação com controles não-saudáveis; método de DMO diferente de DXA (dual-energy X-ray absorptiometry); trabalhos de congressos; tireoidectomia por outros motivos que não CDT; estudos sem controle de outras doenças (ex: hipoparatireoidismo); ausência de definição clara da terapia de supressão do TSH; outros desenhos de estudo e artigos repetidos. O desfecho estudado foi a densidade mineral óssea em três segmentos corporais (coluna lombar, colo do fêmur e fêmur total).

Ao final da revisão sistemática, 17 estudos foram elegíveis para metanálise, com um total de 1824 pacientes. A análise foi dividida em mulheres pré-menopausa, mulheres pós-menopausa e homens. Houve redução da massa óssea na coluna lombar das mulheres em pós-menopausa (-0,03; -0,05, -0,02; P<0,01). Houve aumento da massa óssea na coluna lombar de mulheres em pré-menopausa (0,04; 0,02, 0,06; P<0,01) e no colo do fêmur em mulheres pré-menopausa (0,02; 0,01, 0,04; P=0,009). Não houve diferença entre os homens.

O estudo tem inúmeras limitações, dentre as quais o fato de uma metanálise e algumas coortes grandes não terem sido incluídas por falta de alguns dados; o fato de os estudos serem observacionais ou transversais; o fato de possíveis variáveis de confusão não terem sido controladas e o desfecho usado ter sido a densitometria óssea e não a incidência de fraturas ou outro desfecho duro. No Clube de Revista foram debatidas as limitações do estudo e mais alguns pontos:

  • A heterogeneidade dos estudos reduz a acurácia de seus resultados;

  • Não foi encontrado registro adequado do estudo e, portanto, coloca-se em dúvida seu planejamento e condução;

  • Resultados em mulheres pré e pós-menopausa podem se dever a outros fatores que não a terapia de supressão do TSH.


Pílula do Clube: este estudo gera a hipótese de que a terapia de supressão do TSH após tireoidectomia por câncer diferenciado de tireoide reduz a massa óssea de mulheres no período pós-menopausa e aumenta a de mulheres no período pré-menopausa. Entretanto, as limitações do estudo devem ser consideradas na análise de seus resultados. 


Discutido no Clube de Revista de 29/11/2021.

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