Marc S. Sabatine, Robert P.
Giugliano, Stephen D. Wiviott, Frederick J. Raal, Dirk J. Blom, Jennifer
Robinson, Christie M. Ballantyne, Ransi Somaratne, Jason Legg, Scott M.
Wasserman, Robert Scott, Michael J. Koren, Evan A Stein for the Open-Label
Study of Long-Term Evaluation against LDL Cholesterol (OSLER) Investigators
N Engl J Med 2015, 372:1500-9.
Neste
ensaio clínico randomizado multicêntrico, aberto, controlado, foram selecionados pacientes que completaram
o seguimento em 5 estudos fase II e 7 estudos fase III do mesmo medicamento que
não tinham apresentado efeitos adversos com necessidade de suspensão da droga.
A amostra foi randomizada para terapia padrão para dislipidemia + evolocumab vs.
terapia padrão sem placebo (2:1). O primeiro grupo fez acompanhamento com
consultas médicas periódicas e o segundo por contato telefônico. Foram
selecionados 4.465 pacientes, dos quais 2.976 utilizaram evolocumab e 1.489
foram alocados para o grupo controle. O seguimento médio foi de 11,1 meses. Não
foi encontrada diferença na ocorrência de eventos adversos (desfecho primário).
Houve redução no desfecho composto de eventos cardiovasculares (HR 0,49 IC95%
0,28 – 0,78, P=0,003). Houve redução de 61% de LDL-colesterol em comparação ao
controle (120 vs. 48 mg/dl, P<0,001). Também houve redução de
colesterol não-HDL, colesterol total, triglicerídeos e ApoB (P<0,001), além
de maior aumento do HDL-colesterol e ApoA1 (P<0,001) com o uso de
evolocumab. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram
discutidos:
·
Os pacientes selecionados já haviam
participado de estudo prévio com a mesma droga e aqueles com efeitos adversos
com necessidade de suspensão do tratamento foram previamente excluídos. Logo, a
análise de ocorrência de efeitos adversos torna-se prejudicada e subestimada;
·
O acompanhamento dos pacientes do grupo que
recebeu evolocumab foi mais próximo em comparação ao controle, o que pode ter
alterado a intervenção e aferição de desfechos;
·
A redução no
desfecho composto de eventos cardiovasculares pode ser atribuída a menor taxa
de revascularização no grupo evolocumab;
·
Foram desconsiderados grupos de acordo com o
risco cardiovascular para estratificação das análises;
·
Os níveis de LDL-colesterol utilizados no baseline foram coletados antes dos
estudos primários. A redução desses valores durante estes estudos foi desconsiderada
na avaliação final;
·
O estudo subsidiado com verbas da indústria
farmacêutica.
Pílula do Clube: O perfil de efeitos adversos (desfecho
primário) do evolocumab não pode ser avaliado com base nesse estudo. Os
potenciais benefícios da redução de LDL induzida pelo evolocumab devem ser contrabalanceados
por seus efeitos adversos, em estudos com delineamento adequado, e seguimento de
longo prazo.
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