Katrina Purcell, Priya Sumithran, Luke A Prendergast, Celestine J
Bouniu, Elizabeth Delbridge, Joseph Proietto
Lancet Diabetes Endocrinol. 2014 Oct 15;2(12):954-962
Este
ensaio clínico randomizado aberto unicêntrico teve como objetivo avaliar se perda
de peso gradual ou rápida afeta a taxa de reganho de peso em adultos obesos. O
estudo foi dividido em duas fases. Na fase 1, o objetivo era perder 15% do
peso. Foram randomizados 204 participantes, 100 para perda de peso rápida
(dieta com 450 a
800 kcal/dia utilizando produtos substitutos de refeição durante 12 semanas) e
104 para perda de peso gradual (dieta com déficit de 400 a 500 kcal/dia, com 1 a 2 produtos substitutos de
refeição, durante 36 semanas). Os pacientes que obtivessem perda ≥ 12,5% do
peso participavam da fase 2 do estudo, na qual era prescrita dieta para
manutenção do peso durante 144 semanas (3 anos); aqueles que apresentassem
reganho recebiam dieta com déficit de 400 a 500 kcal por dia. O desfecho primário
avaliado foi a média de perda de peso mantida no final da fase 2. Dentre os
pacientes alocados para o programa de perda rápida de peso, 81% atingiram perda
≥ 12,5% do peso no final da fase 1, enquanto 62% daqueles incluídos no programa de perda
gradual de peso atingiram este alvo (p = 0,009). Houve três perdas por
dificuldade de adesão à dieta no grupo de perda rápida vs.18 perdas no grupo de perda gradual (p = 0,002).
Ao
final da fase 2, dos 61 participantes do grupo de perda rápida e dos 43 do
grupo de perda gradual que completaram o estudo, apenas 6 não tiveram reganho
(1 na perda rápida e 5 na perda gradual). A média de reganho não foi diferente
entre os grupos (perda rápida 10.3
kg , 70.5%; perda gradual 10.4 kg , 71.2%). A análise
por intenção de tratar demonstrou resultado semelhante (ambos os grupos com
média de 76,3% de reganho). Na fase 1, um participante do grupo de perda rápida
apresentou colecistite, necessitando colecistectomia. Durante o Clube de Revista, os seguintes
pontos foram discutidos:
- Houve menos perdas
e maior taxa de sucesso no final da fase 1 entre os participantes do grupo
de perda rápida. O uso de substitutos de refeição pode ter auxiliado na
adesão dos pacientes;
- Houve maior
aumento da atividade física medida por pedômetro no final da fase 1 entre
os participantes do grupo de perda rápida vs. grupo de perda gradual (p = 0,02), o que poderia indicar
maior motivação daqueles pacientes;
- Houve poucas
consultas com nutricionista no seguimento dos pacientes durante a fase 2,
o que pode ter facilitado o reganho de peso;
- Ocorreram poucos efeitos adversos associados à dieta com perda rápida.
Pílula do clube: Dieta com objetivo de perda rápida de peso foi mais eficaz que a perda gradual considerando atingir perda ≥ 12,5% do peso corporal, porém, dentre os pacientes que eprderam peso, o reganho foi similar naqueles que obtiveram seu resultado gradualmente ou rapidamente.
Discutido no Clube de Revista de 27/10/2014.
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