terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Outcomes of adrenal-sparing surgery or total adrenalectomy in phaeochromocytoma associated with multiple endocrine neoplasia type 2: an international retrospective population-based study

Frederic Castinetti, Xiao-Ping Qi, Martin K Walz, Ana Luiza Maia, Gabriela Sansó, Mariola Peczkowska, Kornelia Hasse-Lazar, Thera P Links, Sarka Dvorakova, Rodrigo A Toledo, Caterina Mian, Maria Joao Bugalho, Nelson Wohllk, Oleg Kollyukh, Letizia Canu, Paola Loli, Simona R Bergmann, Josefi na Biarnes Costa, Ozer Makay, Attila Patocs, Marija Pfeifer, Nalini S Shah, Thomas Cuny, Michael Brauckhoff , Birke Bausch, Ernst von Dobschuetz, Claudio Letizia, Marcin Barczynski, Maria K Alevizaki, Malgorzata Czetwertynska, M Umit Ugurlu, Gerlof Valk, John T M Plukker, Paola Sartorato, Debora R Siqueira, Marta Barontini, Malgorzata Szperl, Barbara Jarzab, Hans H G Verbeek, Tomas Zelinka, Petr Vlcek, Sergio P A Toledo, Flavia L Coutinho, Massimo Mannelli, Monica Recasens, Lea Demarquet, Luigi Petramala, Svetlana Yaremchuk, Dmitry Zabolotnyi, Francesca Schiavi, Giuseppe Opocher, Karoly Racz, Andrzej Januszewicz, Georges Weryha, Jean-Francois Henry, Thierry Brue, Bernard Conte-Devolx*, Charis Eng*, Hartmut P H Neumann*

Lancet Oncol 2014, 15:648-55.


Trata-se de um estudo multinacional, observacional e retrospectivo que compilou dados de pacientes com NEM 2, com o objetivo de avaliar desfechos em relação a adrenalectomia ou nodulectomia em pacientes com feocromocitoma adrenal. Os critérios de inclusão eram pacientes portadores de mutações no protoncogene RET ou com familiares de primeiro grau com CMT e feocromocitoma. Foram coletados dados em relação ao tipo de cirurgia realizada e o desfecho primário analisado foi tempo livre de doença com cirurgia poupadora versus adrenalectomia. Os desfechos secundários foram função adrenal após cirurgia, sobrevida livre de doença com cirurgia aberta vs. laparoscópica, mortalidade e causa de morte e taxa de feocromocitoma maligno. Foram incluídos 1.210 pacientes no estudo, com idade média ao final do acompanhamento de 42 ± 12,8 anos e destes 563 (50%) pacientes tiveram feocromocitoma. Destes, 44% (250) tiveram doença bilateral e 56% (313) unilateral inicialmente. Daqueles com doença unilateral, 95 (30%) desenvolveram doença contralateral numa média de 9 anos. Doença extra-adrenal ocorreu em 5 pacientes.  Doença assintomática, detectada por rastreamento, ocorreu em 31% (171) pacientes. 552 pacientes foram à cirurgia, 438 (79%) submetidos à adrenalectomia, e desses 181 (41%) foi unilateral. 67 (26%) pacientes que realizaram adrenalectomia unilateral tiveram que ser submetidos a novo procedimento por doença contralateral. No total, 114 (21%) dos pacientes realizaram cirurgia poupadora, 32 com doença unilateral e 82 com doença bilateral. A frequência de cirurgia poupadora foi crescente ao longo dos anos de 8% antes de 1999 até 33% em 2013. O tamanho médio dos tumores entre pacientes que realizaram adrenalectomia vs. cirurgia poupadora não foi diferente. Cirurgia endoscópica foi realizada em 34% dos pacientes. A taxa de recorrência foi similar entre pacientes que realizaram cirurgia endoscópica ou laparotomia (1 vs. 3%, P=0,24). A taxa de recorrência de feocromocitoma em cirurgia poupadora foi de 4% de 114 pacientes contra 2% de 438 pacientes com adrenalectomia, sem diferença significativa, após seguimento médio de 13 anos (P=0,57). Em relação à dependência de corticoide no pós-operatório, esta ocorreu em todos os 257 pacientes submetidos à adrenalectomia bilateral, enquanto ocorreu em apenas 42% (35/82) submetidos à cirurgia poupadora bilateral (P=0.031). Durante o clube de revista foram discutidos os seguintes pontos:
·         Este trabalho corrobora dados da literatura, demonstrando que em pacientes com feocromocitoma relacionado a NEM 2, operados durante fase assintomática, o tumor é quase exclusivamente benigno, bilateral em 2/3 dos casos, os pacientes usualmente são operados antes dos 35 anos, e menos de 0,5% são malignos;
·         O uso de técnica cirúrgica poupadora de adrenal tem aumentado progressivamente e este estudo demonstrou que as taxas de recorrências são semelhantes quando comparada com a cirurgia radical. A cirurgia conservadora também não aumenta complicações cirúrgicas como hemorragia ou infecção;
·         A taxa de insuficiência adrenal é bem menor em cirurgia conservadora vs. adrenalectomia.

Pílula do Clube:  Diante dos avanços de técnica cirúrgica na ressecção do feocromocitoma associado a NEM 2, procedimentos poupadores de adrenal se associaram com o mesmo risco de recorrência da doença e complicações pós operatórias quando comparados com a adrenalectomia, porém com o beneficio de preservarem a função adrenal de muitos pacientes.


Discutido no Clube de 24/11/2014.

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