Cardiovascular safety of sulfonylureas: a meta-analysis of randomized
clinical trials
Monami M, Genovese S, Mannucci E
Diabetes,
Obesity and Metabolism 2013; 15: 938-53
Nesta revisão sistemática com
metanálise, foi avaliada a segurança das sulfoniluréias (SU) para o tratamento
de pacientes com DM2. Dessa forma, foram selecionados ECRs controlados (por placebo
ou controle ativo) com duração de pelo menos 24 semanas, que apresentassem
descrição de eventos cardiovasculares maiores (morte cardiovascular, IAM e AVC
não-fatal, descompensação de insuficiência cardíaca) e/ou mortalidade geral que
compararam o uso de SU nestes pacientes. Foram incluídos 115 ECRs, total de mais de 45 mil pacientes. Para a chance de
eventos cardiovasculares (desfecho principal), o tratamento com SU não foi
associado com aumento de risco (OR 1,04, IC95% 0,8 – 1,3). Nas sub-análises
pré-estabelecidas, as SU (e em especial a glimepirida), quando comparadas com
inibidores da DDP-4, foram associadas com maior risco de eventos
cardiovasculares. Quanto à chance de mortalidade geral, o uso de SU foi
associado com um OR = 1,22 (IC 95% 1,01 – 1,49). A heterogeneidade entre os
estudos foi moderada (I2 49%, P=0,003) e não houve evidência de viés
de publicação. Durante a discussão do Clube de Revista os seguintes pontos foram:
- Os termos de
busca não são claros, sendo difícil a replicação do estudo e de seus resultados;
- A avaliação da
qualidade dos estudos foi limitada; aparentemente muitos estudos tinham
baixa qualidade;
- A maioria dos
estudos incluídos não foi desenhada para avaliação de eventos
cardiovasculares, portanto a forma que os mesmos foram identificados não é
clara e nem sistematizada, o que limita a interpretação dos dados;
- A apresentação
dos resultados das sub-análises não é clara e os dados poderiam ter sido
mais bem explorados (por exemplo, avaliando os resultados de acordo com a
estratégia de tratamento: monoterapia, segunda ou terceira droga);
- O resultado de
aumento de mortalidade geral parece ter sido às custas do resultado do
estudo UGDP, que usou uma SU de primeira geração (tolbutamida), já fora do
mercado há muitos anos;
- Os autores não
estão livres de conflitos de interesse.
Pílula do Clube: o uso de SU não foi
associado com aumento de risco de eventos cardiovasculares. É possível que os
inibidores da DPP-4 determinem menor risco de eventos cardiovasculares em
comparação com SU, mas a falta de clareza na apresentação dos dados limita a
interpretação dos resultados.
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