Risk
of fatal and nonfatal lactic acidosis with metformin use in type 2 diabetes
mellitus
Salpeter Shelley R, Greyber Elizabeth, Pasternak
Gary A, Salpeter Edwin E
Está revisão sistemática com meta-análise teve
como objetivo avaliar o risco de acidose lática fatal e não fatal e os níveis
séricos de ácido lático em pacientes com DM2 usuários de metformina. Para
tanto, foram selecionados ensaios clínicos e estudos de coorte em pacientes com
diagnóstico de DM2 há mais de um mês. A busca dos estudos foi realizada nas
bases de dados The Cochrane Library, MEDLINE, REACTIONS e EMBASE. Foi realizado
também contato com autores em busca de referências adicionais, dados não
publicados, estudos em andamento ou dados faltantes. Não houve restrição de
idioma na busca. Foram comparados usuários de metformina associada ou não a
outros antidiabéticos com usuários de placebo ou outros antidiabéticos. Os desfechos primários foram morte por
acidose lática e acidose lática não fatal e os desfechos secundários foram os níveis séricos de
ácido lático (incluído grupo de usuários de fenformina para essa análise). As covariáveis/modificadores de efeito avaliadas
foram a presença de insuficiência renal ou comorbidade hipoxêmica (ex., doença
pulmonar). Estudos que porventura fossem excluídos eram analisados
separadamente em busca de casos de acidose lática. Foram incluídos pacientes de
347 estudos com duração média de 1,3 anos (0,1 – 10,7 anos), sendo 209 ensaios clínicos (94 ECR, duplo-cego), 125
estudos de coorte prospectivos e 13 estudos de coorte retrospectivos (70.490
pacientes-ano no grupo metformina e 55.451 pacientes-ano grupo controle). Os comparadores do grupo controle foram:
placebo, dieta, insulina, glibenclamida, gliclazida, glipizida, glimepirida,
clorpropramida, tolbutamida, acarbose, nateglinida, repaglinida, miglitol,
troglitazona, rosiglitazona, pioglitazona, vildagliptina, sitagliptina,
saxagliptina, dapagliflozina e goma guar. Não houve casos de acidose lática
entre os usuários de metformina nos 347 estudos avaliados, inclusive quando
analisados os 94 estudos excluídos inicialmente por duração menor que 1 mês.
Não houve diferença entre os níveis de ácido lático entre os grupos metformina
e controle, exceto quando comparada ao grupo fenformina, o qual apresentou
maiores taxas de acidose látIca (diferença média - 0,75 mmol/L. IC95% - 0,86 a
-0,65). Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
·
Embora essa meta-análise não tenha incluído
apenas estudos com pacientes de maior risco para desenvolver acidose lática,
324 (97%) dos 334 estudos prospectivos permitiram a inclusão de pacientes com
alguma contra-indicação teórica para meftormina (insuficiência renal crônica,
anormalidade hepática, > 65 anos, ICC, doença pulmonar e doença vascular
periférica);
·
O risco de acidose lática em usuários de
metformina é semelhante a de outros agentes orais para o tratamento do DM; seus
relatos na literatura parecem ter sido extrapolados de dados anteriores de
pacientes usuários de fenformina, uma biguanida conhecidamente causadora de
acidose lática, com mecanismo de ação diferente da metformina, mas já em desuso
na prática clínica.
Pílula
do Clube: Não há evidências de que a metformina esteja
associada a um risco aumentado de acidose lática comparada a outros agentes
antihiperglicemiantes em pacientes com DM2.
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