Carolyn J. Crandall, Joseph Larson, Nicole C.Wright, Deepika Laddu, Marcia L. Stefanick, Andrew M. Kaunitz, Nelson B.Watts, JeanWactawski-Wende, Catherine R.Womack, Karen C. Johnson, Laura D. Carbone,MD, Rebecca D. Jackson, Kristine E. Ensrud.
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2768888
A
avaliação da densidade mineral óssea (DMO) é indicada em todas as mulheres com
mais de 65 anos. No entanto, não existem recomendações quanto ao intervalo para
a repetição do exame e, além disso, questiona-se se essa reavaliação permite
estimar o risco de fratura osteoporótica. Este estudo visa avaliar se repetir a DMO três anos depois de uma
avaliação basal melhora a chance de predizer risco de fratura em mulheres pós
menopáusicas. Para este estudo observacional, foram usados os dados do Women’s Health Initiative (WHI) Study,
um estudo de coorte prospectivo com mulheres pós menopáusicas entre 50-79 anos.
O WHI Bonedensity Substudy contava com 7.419 participantes de 3 centros
dos Estados Unidos acompanhadas de 1993 a 2010. Os desfechos primários eram
fratura de quadril e fraturas osteoporóticas maiores (MOF - quadril, coluna
vertebral, radio, ulna, punho, braço ou
ombro). As fraturas eram autorrelatadas através de questionários. Foram
avaliados também a densidade mineral óssea (BMD) basal e sua mudança absoluta,
sendo calculada AU-ROC para BMD basal, mudança absoluta e associação de ambos
para discriminar o risco de fratura durante o seguimento.
A
idade média dos participantes foi de 66 anos, sendo 77% raça branca com uma
média de IMC 28,7. Durante o seguimento (média 9,0 ± DP 3,5 anos), 139 mulheres (1,9%) apresentaram fratura de quadril e
732 (9,9%) apresentaram MOF. Na discriminação de mulheres que fraturaram o
quadril das que não fraturaram os valores AU-ROC foram de 0,71 (IC95% 0,67-0,75)
para BMD basal no fêmur total; 0,61 (IC95% 0,56-0,65) para mudança BMD fêmur
total; e 0,73 (IC95% 0,69-0,77) para combinação de ambos. Para MOF, os valores AU-ROC foram de 0,61 (IC95% 0,59-0,63)
para BMD basal no fêmur total; 0,53 (IC95% 0,51-0,55) para mudança BMD fêmur
total; e 0,61 (IC95% 0,59-0,63) para combinação de ambos. A massa óssea da
cabeça do fêmur e da coluna lombar teve resultados semelhantes. Associação
entre alterações na BMD e risco de fratura não diferiu por subgrupos de
diferentes idades, raça, IMC, T score basal ou presença de diabetes. Durante o Clube de Revista foram discutidos
os pontos a seguir:
·
No
presente estudo havia poucas mulheres tabagistas e com T score basal mais
prejudicado. Apesar de não podermos generalizar os resultados para toda a
população, podemos utilizá-los como guia para grande parte dos pacientes;
·
Estudos
anteriores já haviam demonstrado esta falta de benefício na repetição da DMO a
curto prazo. Porém, na prática clínica, ainda nos deparamos com exames sendo
repetidos desnecessariamente, sendo importante a conscientização médica quanto
a isso.
Pílula
do Clube: repetir a densitometria óssea 3 anos após uma
avaliação inicial não parece melhorar a predição do risco de fraturas em
mulheres pós menopáusicas. Dessa forma, os recursos financeiros devem ser utilizados para
priorizar avaliação densitométrica basal.
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