Hannah Arem, Steven C. Moore, Alpa Patel, Patricia Hartge, Amy
Berrington de Gonzalez, Kala Visvanathan, Peter T. Campbell, Michal Freedman, Elisabete
Weiderpass, Hans Olov Adami, Martha S. Linet, I.-Min Lee, Charles E. Matthews.
JAMA Intern Med. 2015;175(6):959-967.
O estudo discutido buscou avaliar a
relação entre atividade física de lazer e mortalidade, objetivando quantificar
o limite superior de benefício e riscos de mortalidade associados a níveis
intensos de exercício, uma vez que os níveis máximos de exercício associados a
benefício ou malefício em relação a sobrevida não estão bem definidos. Foi
realizada análise de 6 estudos de coorte, com mais de 5 anos de duração, com mais
de 1.000 mortes em brancos não hispânicos e que continham dados de status de atividade física, altura, peso
e tabagismo dos pacientes. O tempo semanal gasto com atividade física era
avaliado por diferentes questionários (não uniformes entre os estudos). Foi
realizada análise multivariada para uma relação de dose-resposta em relação à
intensidade/quantidade de exercícios, avaliados em METs-h/semana,
estratificados em 7 grupos. Foram incluídos dados de 661.137 participantes (291.485
homens e 369.652 mulheres), com seguimento médio de 14,2 anos. Foram
registradas 116.686 mortes. A idade média de entrada no estudo foi de 62 anos e
o índice de MET h/semana médio dos pacientes foi de 8. Indivíduos com mais
atividade física tenderam a serem mais jovens, não fumantes, menor IMC, casados
e com menos comorbidades.
Qualquer nível de atividade foi
associado a menor mortalidade. Em pacientes realizando menos que o mínimo
recomendado (0,1 a < 7,5 METs h/sem), foi observado um risco 20% menor em
relação a mortalidade (HR 0,80; IC95% 0,78-0,82). A associação se tornou máxima
entre aqueles realizando 3-10 vezes o mínimo recomendado de atividade física
(22,5 a < 40 METs h/sem: HR 0,61; IC95% 0,59-0,62). Naqueles que realizavam
mais de 10 vezes o recomendado, ainda houve menos risco de morte, porém não tão
intenso (≥ 75 METs h/sem: HR 0,69; IC95% 0,59-0,78). Durante o clube de revista
foram discutidos os seguintes pontos:
·
Os benefícios encontrados em relação à atividade física estão
de acordo com o recomendado pelas diretrizes;
·
O benefício máximo em relação à longevidade parece ser 3-5
vezes o mínimo de atividade física recomendado;
·
Não parece haver maior mortalidade em grupos que realizam
mais de 10 vezes o mínimo recomendado, em contraposição a outros estudos
realizados com populações distintas em que parecia haver aumento do risco;
·
Pode haver erros no auto relato de atividade física (retrospectivo
de 1 ano).
Pílula do Clube: Realizar
atividade física moderada ou vigorosa atingindo no mínimo 3-5 vezes o mínimo
recomendado parece estar associado com maior benefício em longevidade, sendo
que não parece haver risco excessivo para quem realiza mais do que 10 vezes o
mínimo recomendado.
Discutido no Clube de
Revista de 07/12/2015.
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