Risk of Thyroid Cancer Based on Thyroid Ultrasound
Imaging Characteristics Results of a Population-Based Study
Rebecca
Smith-Bindman, Paulette Lebda, Vickie A. Feldstein, Dorra Sellami, Ruth B.
Goldstein, Natasha Brasic, Chengshi Jin, John Kornak
JAMA Intern Med 2013, 173:1788-1795.
Este estudo de caso-controle
realizado na Universidade da Califórnia teve como objetivo quantificar o risco
de câncer associado às características ecográficas dos nódulos de tireoide.
Para tanto foram incluídos 8.806 pacientes consecutivos submetidos a 11.618 ecografias de tireoide entre 1
janeiro de 2000 e 30 março de 2005. Foram excluídos pacientes que haviam
realizado tireoidectomia uni ou bilateral prévia. Os casos de câncer nessa
coorte foram identificados através do Centro de Registro de Câncer da
Califórnia (abrange 97% das neoplasias malignas diagnosticadas no estado),
sendo incluídos casos diagnosticados até 2 anos após o término da realização
das ecografias. Foram excluídos dessa seleção pacientes com neoplasia maligna de
outros sítios a fim de evitar o risco teórico de metástases tireoidianas. Dentre
o restante da coorte, uma amostra de 369 pacientes pareada aos casos por sexo,
idade e data de realização da ecografia foi selecionada. Dois radiologistas,
cegados para a presença de neoplasia, analisaram aspectos ecográficos da tireoide
como número, tamanho e características dos nódulos > 5 mm. Houve boa
concordância entre eles (k 0,73-1,0). Dos 96 pacientes (102 nódulos) com
malignidade, 43 (44,8%) apresentavam a neoplasia em nódulo único, 50 (52,1%) em
múltiplos nódulos e 3 (3,1%) em nódulos < 5 mm que não foram identificados
na ecografia. O diagnóstico de câncer ocorreu entre 1 dia e 6,1 anos após a
ecografia inicial. A prevalência de câncer em pacientes com 1 ou mais nódulos
> 5 mm foi de 1,6% e a incidência de 0,9/100
ecografias. As
características ecográficas dos nódulos que se correlacionaram com o risco de
malignidade tireoidiana na análise multivariada foram a presença de microcalcificações
(OR
8,1; IC95% 3,8-17,3), tamanho
> 2 cm (OR 3,6; IC95% 1,7-7,6) e a composição totalmente sólida
(OR 4,0; IC95% 1,7-9,2). Ao
limitar a indicação de biópsia para nódulos que apresentem apenas uma dessas 3
características, a sensibilidade foi de 88% (IC 95% 0.80-0.94) com
taxa de falsos-positivos de 44% e razão de verossimilhança positiva de 2, sendo
necessárias 56 biópsias por câncer diagnosticado. Se a biópsia fosse limitada à
presença de duas características sugestivas de malignidade, a sensibilidade
seria 52%, taxa de falsos-positivos 7% e seriam necessárias 16 biópsias por
câncer diagnosticado. Comparada às recomendações atuais de investigar nódulos
maiores do que 5 mm, a adoção de biopsiar nódulos com pelo menos duas
características suspeitas identificadas nesse estudo reduziria a frequência de
biópsias em 90%, mantendo baixo o risco de câncer em pacientes não investigados
(0,5% de casos de câncer por
100 ecografias realizadas). Durante o clube, foram discutidos os
seguintes aspectos:
- Foram incluídos no grupo controle pacientes submetidos a ecografias que não necessariamente possuíam nódulos (40% do grupo controle);
- Não foi estabelecido o motivo inicial da realização das ecografias;
- Não foram analisados características linfonodais nas ecografias.
Pílula do Clube:
Nesse estudo, as características
ecográficas que melhor se correlacionaram com o risco de malignidade
tireoidiana foram a presença de microcalcificações, o tamanho (> 2 cm) e a
consistência do nódulo (inteiramente sólidos).
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