Lower risk of cardiovascular events in postmenopausal women taking
oral estradiol compared with oral conjugated equine estrogens
Smith NL, Blondon
M, Wiggins
KL, Harrington
LB, van
Hylckama Vlieg A, Floyd
JS, Hwang
M, Bis
JC, McKnight
B, Rice
KM, Lumley
T, Rosendaal
FR, Heckbert
SR, Psaty
BM
JAMA Intern Med 2014, 174:25-31.
Este estudo de caso-controle teve como objetivo comparar
a incidência de AVC isquêmico, IAM e eventos trombóticos em pacientes recebendo
terapia hormonal com estradiol oral ou estrogênios equinos conjugados (EEC).
Para isso foram analisados os dados de mulheres menopáusicas participantes do
estudo Heart and Vascular Health Study, estudo
caso-controle de incidência de eventos cardiovasculares em homens e mulheres de
30-79 anos. Os casos foram definidos como aquelas mulheres com novos eventos
trombóticos (TVP ou TEP), IAM ou AVC isquêmico. Os eventos foram identificados usando
o código CID-9 para alta hospitalar e visitas a departamentos de urgência, e os
diagnósticos posteriormente revisados pelos pesquisadores. Os controles
incluíam aquelas mulheres sem histórico de eventos. Todas as participantes do
estudo (casos e controles) estavam em uso de EEC ou estradiol oral e não
poderiam estar em uso de anticoagulantes. O uso de terapia hormonal foi
acessado através de banco de dados do estudo base, sendo que de 2003 a 2005 foi mais
prescrito EEC e a partir de então estradiol via oral, e após isso as
participantes foram encorajados a mudar de uma medicação para outra. Porém, 87%
mantiveram o estrógeno prescrito inicialmente. Uma subamostra de participantes
coletou sangue para cálculo do potencial trombótico. Foi realizado teste
estatístico de regressão logística múltipla para cálculo do desfecho, havendo
ajuste para potenciais confundidores, incluindo dose de estrógeno em uso. De
janeiro de 2003 a
dezembro de 2009 ocorreram 68 casos de eventos trombóticos, 67 de IAM e 48 de
AVC isquêmico; 201 controles foram avaliados. O risco de eventos trombóticos
foi maior nas mulheres que utilizavam EEC em comparação com as que usavam
estradiol oral (OR, 2.08; 95% CI, 1.02-4.27; P = 0.045), não ocorrendo o
mesmo com o risco de IAM ou AVC isquêmico (OR 1.87; 95%CI, 0.91-3.84; P =
0.09 e OR 1.13; 95% CI, 0.55-2.31; P = 0.74, respectivamente). O
potencial trombótico foi 68% maior nas pacientes em uso de EEC vs. estradiol oral (OR 1,68, IC
1,24-2,28, p < 0,01). Durante o Clube de Revista, os seguintes
pontos foram discutidos:
- As limitações inerentes aos estudos
observacionais de forma geral devem ser consideradas;
- A
“validação” (através de medida do potencial trombótico) da hipótese
pré-determinada de que haveria maior risco de eventos trombóticos na
pacientes em uso de EEC reforça os achados do estudo;
- Há necessidade de se realizar ensaio
clínico randomizado com estradiol oral e desfechos trombóticos e
cardiovasculares, já que os grandes estudos como o WHI e o HERS comparavam
EEC com placebo.
Pílula do Clube: Neste
estudo observacional, mulheres menopáusicas em uso de EEC apresentaram um risco
maior de incidência de eventos trombóticos comparadas às em uso de estradiol
oral, achados reforçados biologicamente pelo cálculo de maior protencial
trombótico com o uso de EEC vs
estradiol oral.
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