The effect of vitamin D supplementation on skeletal, vascular, or cancer
outcomes: a trial sequential meta-analysis
Mark
J Bolland, Andrew Grey, Greg D Gamble, Ian R Reid
The Lancet Diabetes & Endocrinology,
Early Online Publication, 24 January 2014
Para
avaliar a necessidade de novos ensaios clínicos randomizados (ECR) avaliando os
efeitos da vitamina D sobre desfechos ósseos e não-ósseos, foi realizada esta metanálise
sequencial. Foram selecionados estudos a partir de metanálises recentes a
respeito (jan/2009 a jan/2013): ECR que tivessem avaliado os efeitos da
vitamina D (com ou sem cálcio) na incidência de fraturas, eventos
cardiovasculares ou cerebrovasculares, câncer e mortalidade geral. Foram
incluídos 40 ECRs (n> 80000 pacientes), idade de 53 a 89 anos. Na metanálise
direta, o uso de vitamina D (com ou sem cálcio) não foi benéfico para qualquer
um dos desfechos avaliados, mas com uma tendência de redução de mortalidade (RR
0,96 IC95% 0,93 – 1,0). Através da técnica de análise sequencial de trials, os autores buscaram se novos
ECRs agregariam para conclusões definitivas sobre o assunto, utilizando como
critério redução relativa de 5% na mortalidade e de 15% para os demais
desfechos. Para os desfechos doença cardiovascular, cerebrovascular, câncer e
fraturas em geral o critério de futilidade foi atingido e, portanto, novos
estudos sobre o assunto não acrescentarão informação adicional. Para o desfecho
fratura de quadril e mortalidade, há uma tendência de benefício, mas o tamanho
ótimo de amostra ainda não foi atingido para conclusões definitivas. Das análises
de sensibilidade, destacam-se: a redução dos critérios de 5% para 4% ou 3%
(mordalidade geral) e de 15% para 10% (demais desfechos) altera pouco os
resultados, mas aumenta de maneira significativa o número ótimo de pacientes a
serem incluídos; o possível benefício em redução de fraturas de quadril foi
encontrado apenas para análise de vitamina D associada com cálcio e em
pacientes institucionalizados. Durante a discussão do Clube de Revista os
seguintes pontos foram:
- A seleção dos estudos se deu de maneira indireta
(a partir de outra metanálise); mesmo assim não houve viés de puplicação e
os principais estudos sobre o assunto foram incluídos no estudo;
- As doses de vitamina D utilizadas nos diferentes
estudos foram muito variadas, mas em geral suficientes, já que níveis séricos
de vitamina D adequados aforam atingidos ao final dos estudos;
- Uma limitação inerentes a todos os ECRs com uso
de vitamina D é que os desfechos não-ósseos são (na grande maioria dos
estudos) são análises secundárias e desfechos não definido a priori;
- Os critérios utilizados (5% e 15% de redução
relativa como limite de futilidade) parecem adequados, considerando que a
significância clínica de benefícios menor que estes é questionável;
- Apesar da análise estatística complexa, a descrição
desta e dos resultados é bastante clara.
Pílula do Clube: os dados atuais são suficientes para descartar
a possibilidade de que suplementação de vitamina D seja efetiva para reduzir em
15% a chance de eventos cardiovasculares, cerebrovasculares e câncer. O uso de
vitamina D pode ter benefício para mortalidade geral e fraturas de quadril, mas
os dados disponíveis ainda não permitem conclusões definitivas.
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