segunda-feira, 14 de abril de 2014

Comentário do Clube de 24/03/2014

Association of Testosterone Therapy With Mortality, Myocardial Infarction,and Stroke in Men With Low Testosterone Levels
Rebecca Virgen, Colin I O´Donnell, Anna E. Barón, Gary K. Grunwald, Thomas M. Maddoxm Steven M. Bradley, Al Barqawi, Glenn Woning, Margaret E. Wierman, Mary E. Plomondon, John S. Rumsfeld, P, Michael Ho.

JAMA.2013,310 (17): 1829 – 1836.

            Este estudo de coorte teve como objetivo avaliar mortalidade e risco cardiovascular quanto à reposição de testosterona em homens veteranos com níveis séricos de testosterona total < 300 ng/dl. A amostra foi coletada retrospectivamente do banco de dados do US. Department of Veterans Affairs, dos registros de pacientes submetidos à angiografia coronariana em 76 centros americanos entre 2005 e 2011. Como desfecho primário, considerou-se o combinado de morte por todas as causas, hospitalização por IAM e/ou AVE isquêmico, após ter sido iniciada a testosterona. Foram incluídos 8.709 pacientes, dos quais ~50% tinham DM, >80% tinham doença arterial coronariana angiográfica e ~20% IAM prévio. Destes, 1.223 pacientes usaram testosterona. Encontrou-se HR 1,29 (IC 95% 1,04-1,58, p=0.02) para o desfecho principal. A cada ano, o risco absoluto para o desfecho combinado foi aumentando: 1º ano, 1,3% (IC 95%, -7,1% - 9,7%); 2º ano, 3,1% (IC 95%, -4,9% - 11,0%); e 3º ano, 5,8% (IC 95%, -1,4% - 13,1%). Em análise de subgrupos, somente pacientes com história de doença cerebrovascular prévia tiveram maior incidência do desfecho com 365 dias (p=0,021) e 540 dias (p=0,005) de análise. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
  • O único critério para diagnóstico de hipogonadismo foi bioquímico, sem referência quanto aos sintomas dos pacientes, sem dosagem de gonadotrofinas, sem repetição da testosterona. Não há descrição de quais motivos levaram à investigação e decisão quanto a tratar ou não;
  • O grupo que recebeu testosterona apresentava menor risco cardiovascular no basal. A análise de risco para pacientes mais graves fica prejudicada;
  • Apesar de ser usado formulário padrão para preenchimento dos dados dos pacientes, estes eram preenchidos por observadores diferentes, em tempos e locais diferentes, podendo comprometer a fidedignidade da coleta de dados;
  • Não houve controle quanto ao uso da testosterona nos pacientes expostos. Os dados foram coletados pela retirada de medicamentos na farmácia, não garantindo o uso em todos os pacientes.


Pílula do Clube: Neste estudo observacional, a reposição de testosterona em homens com níveis séricos baixos de testosterona total aumentou risco de cardiovascular e morte por todas as causas.

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