sábado, 10 de fevereiro de 2018

Long-term Sustainability of Diabetes Prevention Approaches A Systematic Review and Meta-analysis of Randomized Clinical Trials

J. Sonya Haw, Karla I. Galaviz, Audrey N. Straus, Alysse J. Kowalski, Matthew J. Magee, Mary Beth Weber, Jingkai Wei, K. M. Venkat Narayan,
Mohammed K. Ali

JAMA Intern Med 2017, 177(12):1808-1817

Diabetes mellitus é uma das epidemias mundiais atualmente, atingindo 415 milhões de pessoas no mundo. Devido às complicações da doença e seus altos custos, prevenir o surgimento do diabetes é muito importante. Alguns ensaios clínicos randomizados já mostraram que é possível prevenir ou retardar o aparecimento da doença por modificações no estilo de vida ou pelo uso de medicações, como a metformina. Esta revisão sistemática com metanálise teve por objetivo avaliar a sustentabilidade desse efeito. Foram pesquisadas quatro bases de dados utilizando os termos ‘pré-diabetes’, ‘prevenção primária’ e ‘redução de risco’; foram encontrados 20.489 artigos, dos quais, 43 preencheram os critérios de inclusão e foram analisados. Somente foram incluídos ensaios clínicos randomizados, em pessoas com pré-diabetes maiores de 18 anos de idade, em que fossem realizadas intervenções para prevenção do diabetes e que a incidência da doença fosse relatada ao final do estudo. O número de pacientes que desenvolveu diabetes foi avaliado: ao final do período de intervenção e ao final do período de washout da medicação ou do seguimento.
Modificações no estilo de vida, atividade física e dieta combinados (19 estudos), por um período médio de 2,6 anos, se associaram com menor incidência de diabetes (32%) nos pacientes dos grupos intervenção ao final do estudo, levando à diferença de risco de 4, com NNT de 25 pacientes. Desses estudos, apenas 4 realizaram seguimento dos pacientes após o termino do estudo, por tempo médio de 7 anos e demonstraram que manteve-se a proteção para o desenvolvimento de diabetes nos grupos intervenção, embora menor (de 45% para 28%). Intervenções medicamentosas (19 estudos) se associaram à menor incidência de diabetes de 36% por 3,1 anos de intervenção, com diferença de risco de 4 e NNT de 25. As medicações com maior eficácia foram os redutores de peso (63%) e os sensibilizadores à insulina (53%). Entretanto, esse tipo de intervenção não demonstrou persistência do seu efeito protetor quando acabado o período de intervenção, perdendo significado estatístico durante o seguimento apos os estudos [RR 0.95 (0.79-1.14)]. Durante o Clube de Revista os seguintes pontos foram discutidos:
·         Apesar da grande heterogeneidade clínica entre os estudos, os autores tentaram corrigir para todos os possíveis vieses;
·         A perda de peso é o grande fator de sucesso na prevenção do surgimento de diabetes entre todos os grupos, sendo possível reduzir sua incidência em 7% para cada 1Kg de peso perdido;
·         A manutenção das orientações de intervenção pode ser o segredo para o sucesso da persistência da redução de risco no grupo das modificações do estilo de vida (dieta + exercícios);
·         Apesar de inicialmente mostrarem maior redução na incidência de diabetes e de atingirem maiores graus de adesão entre os pacientes, as medicações não têm o poder de perpetuar a redução do risco de diabetes em longo prazo, terminando seu efeito assim que passado o período de washout do fármaco.

Pílula do Clube: Modificações no estilo de vida, com dieta e exercícios físicos são a peça chave fundamental para prevenção do diabetes. Os principais determinantes desse processo são a perda de peso e o aprendizado de uma vida mais saudável que persiste entre os pacientes. O uso de medicações em pessoas com pré-diabetes para prevenir a incidência de diabetes não é útil se as mesmas forem suspensas.


Discutido no Clube de Revista de 04/12/2017.

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