Denise P
Momesso, Fernanda Vaisman, Samantha P Yang, Daniel A Bulzico, Rossana Corbo,
Mario Vaisman, R. Michael Tuttle
J
Clin Endocrinol Metab 2016, 101(7):2692-700.
Trata-se de coorte retrospectiva de
507 pacientes com carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) submetidos à
lobectomia (L) ou tireoidectomia total (TT) sem receber I131, avaliados com o
objetivo de validar definições de resposta terapêutica dinâmicos e desfechos clínicos relacionados, principalmente
risco de persistência ou recorrência. Este sistema de resposta terapêutica já
foi validado para pacientes tratados com TT e I131. Do total, 280
pertenciam ao Memorial Sloan Kettering
Cancer Center (MSKCC), New York, USA
e os outros 227 foram avaliados na UFRJ e Instituto Nacional do Câncer (INCA)
RJ/Brasil. O seguimento mínimo foi de 24 meses após a terapia inicial (exceto
se desfecho clínico atingido antes deste período). O seguimento – a cada 6
meses no 1o ano e a cada 6-12 meses após, foi baseado na
estratificação dinâmica de risco do indivíduo. O tratamento inicial recebido
foi lobectomia (n=187) ou TT (n=320). A média de idade foi de 43,7 anos, 88%
eram mulheres, 85,4% foram classificados como baixo risco e 14,6% foram
considerados de risco intermediário. Doença estrutural persistente/recorrente
foi observada em 0% daqueles com excelente resposta à terapia (tireoglobulina
não estimulada [Tg NE] para TT 0,2 ng/ml e para L 30 ng/ml, anticorpo anti-Tg
(AATg) indetectável e imagem negativa – n=326); em 1,3% daqueles com resposta
indeterminada (Tg NE para TT 0,2–5
ng/ml, estabilidade ou declínio de AATg e/ou achados de imagem não específicos
– n= 2/152); em 31,6% daqueles com
resposta bioquímica incompleta (Tg NE para TT 5 ng/ml e para L 30 ng/ml e/ou
aumento da Tg com níveis similares de TSH e/ou aumento do AATg com imagem
negativa – n=6/19); e em 100% daqueles com resposta estrutural incompleta – n=10/10
(P=0,001). Proporção significativa de pacientes com Tg NE positiva no pós-operatório
sem I131 apresentaram declínio deste marcador ao longo do tempo,
mesmo sem terapias adicionais. Conforme os resultados, as estimativas iniciais
de risco para persistência e recorrência do ATA foram significativamente
modificadas baseados na resposta a terapia inicial, logo, a proposta para
avaliação dinâmica de resposta ao tratamento nos pacientes submetidos TT sem I131
e lobectomia é uma ferramenta efetiva durante o seguimento, podendo mudar a
necessidade de terapias complementares. Durante o clube foram discutidos os
seguintes aspectos:
• A avaliação de resposta à terapia
inicial na TT/lobectomia sem I131 foi capaz de identificar pacientes
com alto risco para doença recorrente, colocando a dosagem da TG em papel
decisivo durante o seguimento;
• O uso de I131 após TT a fim apenas de facilitar o seguimento poderá ser
dispensado;
• Uma resposta excelente à terapia
diminui dramaticamente o risco de recorrência tanto no baixo quanto no
intermediário risco nos pacientes em questão;
• A resposta indeterminada se aproxima
muito da resposta excelente, relacionada a um bom prognóstico, sugerindo que
esses pacientes podem ser manejados de forma conservadora
Pílula do Clube: A avaliação dinâmica da resposta ao
tratamento de pacientes submetidos à tireoidectomia total ou lobectomia sem I131
mostrou ser ferramenta efetiva no seguimento deste tratamento.
Discutido no Clube de Revista de
09/01/2017.
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