Emily Krantz, Penelope
Trimpou, and Kerstin Landin-Wilhemlsen
Clinic foi Internal
Medicine, Sodra Alvsborg Hospital, Sweden; and Section for Endocrinology,
Sahlgrenska University Hospital at Sahlgrenska Academy, university of
Gothemburg, Sweden
J Clin
Endocrinol Metab 2015, 100:3251-9.
O IGF-1 diminui com a idade e mulheres na pós-menopausa
com osteoporose têm menor IGF-1 do que controles da mesma idade. Uma vez que o
GH pode estimular a atividade osteoblástica, os autores hipotetizaram que a
reposição deste hormônio na somatopausa poderia ser benéfica. O estudo visou reportar
fraturas e qualidade de vida entre mulheres com osteoporose e em TRH que
utilizaram GH 1 UI/d ou 2,5 UI/d por três anos comparado com placebo em
seguimento de 10 anos. O delineamento
do estudo inicialmente foi de um ensaio clínico randomizado controlado
por placebo. Na sequência, foi incluída uma população controle composta por 122
mulheres de idade semelhante às pacientes do estudo selecionadas aleatoriamente
para avaliar incidência de fraturas comparativamente. Critério de inclusão: mulheres
com osteoporose (T score < -2,5) em uso de TRH. Critérios de exclusão:
diabetes, insuficiência cardíaca, DRC, história de doença isquêmica, uso crônico
de corticoide, doenças ósseas e uso de inibidores de osteoclastos. Desfechos
primários: ocorrência de fraturas e qualidade de vida. Foram incluídas 80
pacientes, que foram randomizadas em blocos e alocadas por computador. Todas
pacientes receberam 750 mg de cálcio + 400UI de vitamina D. Das 80 mulheres, 28
receberam GH 1 UI/d, 27 2,5 UI/d e 25
mulheres receberam placebo. A fase de ECR duplo-cego teve 18 meses de duração; as pacientes em
uso de placebo tiveram o cegamento quebrado aos 18 meses por decisão do comitê
de ética da universidade. As demais pacientes mantiveram o uso de GH por 3 anos. Foram realizados avaliação
hormonal, densidade mineral óssea (DMO) e fratura no início do estudo e 10 anos
após. Qualidade de vida foi avaliada
pelo questionário SF-36. Foram realizadas DXA bianuais até 48 meses e
após aos 60, 72, 96, 120 meses de seguimento. Fraturas eram avaliadas em exames
posteriores, e definidas pelo decréscimo de 20 % da altura vertebral e
registros no Hospital fr Gothemburg e comissão de saúde e bem-estar.
Os resultados
mostraram que a DMO aumentou proporcionalmente à dose de GH utilizada e que
este efeito permanecia por até dois anos do uso de GH. Ao final de 10 anos de
seguimento todos os grupos tiveram menor densidade mineral óssea comparativamente
ao início do estudo. O estudo também comparou a incidência de novas fraturas entre
os grupos. Após 10 anos do início do
tratamento ocorreram 28 fraturas no total, 9 no grupo placebo, 8 no GH 1UI/D e
9 no grupo 2,5 UI/D não havendo diferença entre os grupos. Qualidade de vida foi
semelhante entre os grupos (uso de GH, placebo e população controle) e piorou
igualmente conforme a progressão da idade. Durante o clube foram discutidos
alguns aspectos do estudo:
·
Estudo foi confuso no seu delineamento, pois comparava
pacientes de um ECR, incluindo pacientes em uso de GH e controles em uso de
placebo, com uma população aleatória de mulheres;
·
A amostra foi muito pequena para avaliar os desfechos
propostos;
·
A avaliação de fraturas foi pobre, sendo comparada com
a incidência prévia e com a incidência em uma população controle. Quando
comparavam grupo em uso de GH com placebo não houve diferença;
·
O estudo que deu origem a este estudo demonstrava
aumento de DMO em pacientes em uso de GH, contudo esse efeito não se traduziu
em diminuição das fraturas;
·
O delineamento do estudo e o excesso de itens
avaliados também não ajudou a compreensão do estudo.
Pílula do clube: O uso de GH em mulheres na pós-menopausa parece ser
útil em aumentar a DMO durante seu uso, contudo isso não se refletiu em
diminuição de fraturas ou melhora da qualidade de vida.
Discutido
no Clube de Revista de 23/05/2016.
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