domingo, 24 de novembro de 2013

Comentário do Clube de Revista de 16/09/2013

Alogliptin after Acute Coronary Syndrome in Patients with Type 2 Diabetes
Examination of Cardiovascular Outcomes with Alogliptin versus Standard of Care (EXAMINE)
William B. Wuite, Chistopher P. Cannon, Simon R. Heller, Steven E. Nissen, Richard M. Bergenstal, George L. Bakris, Alfonso T. Perez, Pennu R. Fleck, Cyrus R. Mehta, Stuart Kupfer, Craig Wilson, William C. Cushman, Faiez Zannad.

N Engl J Med 2013, 369:1327-1335

            Neste ensaio clínico randomizado multicêntrico, duplo-cego, foram selecionados pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) que apresentaram síndrome coronariana aguda (SCA) entre 15 e 90 dias antes da randomização. Destes, 2701 pacientes receberam alogliptina e 2679 receberam placebo, todos com tratamento medicamentoso e não-medicamentoso padrão para DM2. O objetivo foi determinar que alogliptina não seria inferior ao placebo quanto à ocorrência de eventos cardiovasculares maiores (ECVM: morte cardiovascular ou IAM não-fatal ou AVE não fatal) em pacientes com DM2 e alto risco cardiovascular. Ao final do seguimento, HbA1C foi 0,36% menor (p<0.001) e peso foi 0.06kg menor (p=0.71) no grupo que recebeu alogliptina. O desfecho primário (ECVM), ocorreu em 11.8% no grupo placebo vs. 11.3% no grupo alogliptina, com HR 0.96 (p=0.32) e não-inferioridade p<0.001, em seguimento médio de 18 meses. Também não houve diferenças entre os grupos quando se associou a este os desfechos revascularização urgente em angina instável; ou morte por qualquer causa ou apenas por causa cardiovascular isoladamente. Não houve diferença quanto à incidência de efeitos adversos entre os grupos. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
  • O tempo de seguimento médio (18 meses) foi curto para avaliar desfechos cardiovasculares nos grupos;
  • Pacientes de maior risco (portadores ICC NYHA IV, angina refratária, arritmia não controlada, doença valvar crítica ou HAS não controlada) foram excluídos deste estudo, não sendo possível considerar os resultados para estes pacientes;
  • Quando realizadas subanálises em subgrupos por medicações em uso, duração de DM2, controle glicêmico, peso ou idade, perde-se o poder estatístico por baixo número de eventos entre eles;
  • Em estudos de não-inferioridade, a comparação com placebo não é indicada, o que ocorreu neste estudo. Neste estudo particularmente, o fato dos pacientes terem HbA1c média elevada à entrada do estudo traz questões éticas não aceitáveis, já que o grupo que recebeu placebo deveria ter recebido droga ativa.


Pílula do Clube: Entre pacientes com DM tipo 2 e SCA recente, tratamento com alogliptina não modifica ECVM em relação ao uso de placebo, com seguimento médio de 18 meses.

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