Saxagliptin and Cardiovascular Outcomes
in Patients with Type 2 Diabetes Mellitus
Scirica
BM, Bhatt DL, Braunwald E, Steg PG, Davidson
J, Hirshberg B, Ohman P, Frederich
R, Wiviott SD, Hoffman EB, Cavender MA, Udell JA, Desai NR,Mosenzon O, McGuire
DK, Ray KK, Leiter LA, Raz I
N
Engl J Med 2013, 369:1317-26
Este
ensaio clínico randomizado multicêntrico, placebo controlado, duplo cego, com
análise intention to treat teve como
principal objetivo avaliar a eficácia e segurança da saxagliptina em relação
aos desfechos cardiovasculares em pacientes com DM tipo 2 (HbA1c 6,5 – 12,0%)
com risco cardiovascular estabelecido ou múltiplos fatores de risco para doença
vascular. Foram excluídos pacientes com doença renal crônica pré-dialítica,
transplantados renais ou em uso de terapia incretino-baseada nos últimos 6 meses.
A randomização foi estratificada de acordo com o risco cardiovascular e função
renal, para saxagliptina na dose de 5 mg por dia (metade da dose se TFG <
50) ou placebo, totalizando 16.492 pacientes, seguimento médio de 2,1 anos. O
tratamento do DM e doença cardiovascular era feita pelo médico assistente e o
uso de análogos do GLP-1 ou inibidores da DPP-4 não era permitido. Não houve
diferença entre os dois grupos para o desfecho primário (mortalidade
cardiovascular, IAM não fatal ou AVC isquêmico não fatal; HR 1,00; IC95%
0,98-1,12; P=0,99). Houve aumento de hospitalizações por insuficiência cardíaca
no grupo da saxagliptina (HR 1,27; IC95% 1,07-1,51; P=0,07). Não houve
diferença de mortalidade por qualquer causa ou por causas cardiovasculares, ou
de IAM, AVC, hospitalização por angina instável, revascularização miocárdica ou
hipoglicemia entre os grupos. Quanto aos desfechos de segurança, ocorreram mais
episódios de hipoglicemias no grupo da saxagliptina (15,3% x 13,4%, P<0,001).
Os pacientes do grupo placebo tiveram insulina mais frequentemente adicionada
ao tratamento (HR 0,70, IC95% 0,62 – 0,79). A queda da HbA1c foi discretamente
maior no grupo da saxagliptina ao final do estudo (7,7 ± 1,4% e 7,9 ± 1,5%, P<0,001).
Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
- Não ocorreu redução de eventos
cardiovasculares, mesmo com melhora do controle glicêmico no grupo da
saxagliptina, podendo ser devido ao curto tempo de exposição à droga,
insuficiente para reverter os efeitos em longo prazo da ateroesclerose;
- Adição de drogas ao tratamento da DM foi
maior no grupo placebo, tornando o controle glicêmico semelhante entre os
dois grupos;
- Eventos adversos descritos em outros
estudos, como pancreatite, não ocorreram em maior número no grupo
saxagliptina neste ensaio clínico.
Pílula do Clube: Neste ensaio clínico randomizado, a
saxagliptina não reduziu os eventos cardiovasculares em pacientes com DM e
risco cardiovascular estabelecido, mesmo com redução maior da HbA1c.
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