quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Association of Metabolic Surgery with Major Adverse Cardiovascular Outcomes in Patients with Type 2 Diabetes and Obesity


Ali Aminian, Alexander Zajichek, David E. Arterburn, Kathy E. Wolski, Stacy A. Brethauer, Philip R. Schauer, Michael W. Kattan, Steven E. Nissen.

JAMA. 2019 Sep 2.
https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2749478

Cirurgia metabólica melhora fatores de risco cardiovasculares, contudo, seu efeito em eventos cardiovasculares foi pouco estudado, por isso, foi feito o esse estudo de coorte retrospectivo, que avaliou 2.287 pacientes no grupo de cirurgia metabólica e 1.1435 pacientes no grupo controle (1:5), incluindo pacientes de 18-80 anos com IMC ≥ 30 e DM2. Analisou dados do histórico do Cleveland Clinic Electronic Health Record, e teve como desfecho primário MACE estendido com 6 pontos: ocorrência de mortalidade por todas as causas; eventos das artérias coronárias (angina instável, infarto do miocárdio ou intervenção das coronárias/cirurgia); eventos cerebrovasculares (acidente vascular cerebral isquêmico, acidente vascular cerebral hemorrágico ou intervenção carotídea/cirurgia); insuficiência cardíaca; nefropatia; fibrilação atrial. Os desfechos secundários foram MACE 3 pontos (morte, AVC e IAM) e os 6 pontos isolados do desfecho primário.
Nos resultados, o desfecho primário teve diferença absoluta de risco em 8 anos de 16,9% (IC95% 13,1-20,4), com HR de 0,61 (IC95% 0,55-0,69), e P <0,001. O desfecho secundário teve diferença absoluta de risco em 8 anos de 10,6% (IC95% 7,5-13,6), com HR de 0,62 (IC95% 0,53-0,72), P <0,001. Todos os 6 pontos isolados também mostraram redução de risco comparando grupo cirurgia com controle, de forma significativa. Discutiram-se os seguintes pontos no Clube de Revista:
·       Por ser um estudo observacional e retrospectivo, apresenta diversas possíveis limitações: presença de variáveis não medidas, não foi realizado ajuste para gravidade clínica inicial, possíveis erro de registros, causas de mortalidade não determinadas, medicações em uso foram avaliadas a partir de registro de farmácia e eventos adversos não registrados;
·       Além disso, outro ponto que poderia ter sido analisado foi a comparação entre os diferentes tipos de cirurgia;
·       Menos de 10% dos pacientes controle foram expostos a agonistas GLP1 e/ou iSGLT-2, o que pode ter influenciado nos resultados relacionados a obesidade;
·       Efetuado em centro de referência com equipe especializada nesses casos, o que reduz a validade externa dos dados encontrados.

Pílula do Clube: Em pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade, a realização de cirurgia metabólica, em comparação com tratamento não cirúrgico, foi associada a um risco significativamente menor de MACE. Os resultados deste estudo observacional devem ser confirmados em ensaios clínicos randomizados.

Discutido no Clube de Revista de 23/09/2019.

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