Ali Aminian, Alexander
Zajichek, David E. Arterburn, Kathy E. Wolski, Stacy A. Brethauer, Philip R.
Schauer, Michael W. Kattan, Steven E. Nissen.
JAMA. 2019 Sep 2.
https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2749478
Cirurgia
metabólica melhora fatores de risco cardiovasculares, contudo, seu efeito em
eventos cardiovasculares foi pouco estudado, por isso, foi feito o esse estudo
de coorte retrospectivo, que avaliou 2.287 pacientes no grupo de cirurgia
metabólica e 1.1435 pacientes no grupo controle (1:5), incluindo pacientes de
18-80 anos com IMC ≥ 30 e DM2. Analisou dados do histórico do Cleveland Clinic Electronic Health Record,
e teve como desfecho primário MACE estendido com 6 pontos: ocorrência de
mortalidade por todas as causas; eventos das artérias coronárias (angina
instável, infarto do miocárdio ou intervenção das coronárias/cirurgia); eventos
cerebrovasculares (acidente vascular cerebral isquêmico, acidente vascular
cerebral hemorrágico ou intervenção carotídea/cirurgia); insuficiência
cardíaca; nefropatia; fibrilação atrial. Os desfechos secundários foram MACE 3
pontos (morte, AVC e IAM) e os 6 pontos isolados do desfecho primário.
Nos resultados, o
desfecho primário teve diferença absoluta de risco em 8 anos de 16,9% (IC95%
13,1-20,4), com HR de 0,61 (IC95% 0,55-0,69), e P <0,001. O desfecho
secundário teve diferença absoluta de risco em 8 anos de 10,6% (IC95% 7,5-13,6),
com HR de 0,62 (IC95% 0,53-0,72), P <0,001. Todos os 6 pontos isolados
também mostraram redução de risco comparando grupo cirurgia com controle, de
forma significativa. Discutiram-se os seguintes pontos no
Clube de Revista:
·
Por ser um estudo observacional e
retrospectivo, apresenta diversas possíveis limitações: presença de variáveis
não medidas, não foi realizado ajuste para gravidade clínica inicial, possíveis
erro de registros, causas de mortalidade não determinadas, medicações em uso
foram avaliadas a partir de registro de farmácia e eventos adversos não
registrados;
·
Além disso, outro ponto que poderia ter
sido analisado foi a comparação entre os diferentes tipos de cirurgia;
·
Menos de 10% dos pacientes controle
foram expostos a agonistas GLP1 e/ou iSGLT-2, o que pode ter influenciado nos
resultados relacionados a obesidade;
·
Efetuado em centro de referência com
equipe especializada nesses casos, o que reduz a validade externa dos dados
encontrados.
Pílula do Clube: Em pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade, a realização de cirurgia
metabólica, em comparação com tratamento não cirúrgico, foi associada a um
risco significativamente menor de MACE. Os resultados deste estudo
observacional devem ser confirmados em ensaios clínicos randomizados.
Discutido no Clube de Revista de 23/09/2019.
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