sábado, 28 de setembro de 2013

Comentário do Clube de Revista de 10/06/2013

Roux-en-Y Gastric Bypass vc Intensive Medical Management for the Control of Type 2 Diabetes, Hypertenson, and Hyperlipidemia
The Diabetes Surgery Study Randomized Clinical Trial
Sayeed Ikramuddin, Judith Korner, Wei-Jei Lee, John E. Connett, Wulliam B. Inabnet III, Charles J. Billington, Avis J. Thomas, Daniel B. Leslie, Keong Chong, Robert W. Jeffery, Leaque Ahmed, Adrian Vella, Lee-Ming Chuang, Marc Bessler, Michael G. Sarr, James M. Swain, Patrica Laqua, Michael D. Jensen, John P. Bantle

JAMA 2013, 309(21): 2240-2249.

            Neste ECR, 60 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica (bypass gástrico com Y-de-Roux) foram comparados a 60 pacientes tratados clinicamente. Todos os pacientes foram orientados quanto à modificação do estilo de vida (MEV) e receberam tratamento medicamentoso intensivo para as comorbidades (hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes) e redução de peso (orlistate ou sibutramina), com seguimento de 1 ano. A amostra foi composta por pacientes com diabetes tipo 2, com 30-67 anos, IMC 30-39 kg/m2, HbA1C ≥8,0%, sem contraindicações à cirurgia. O desfecho primário foi alcançar as três metas seguintes: HbA1c <7,0 %, LDL-colesterol < 100 mg/dl e PAS <130 mmHg, e o desfecho secundário foi alcançar uma das seguintes: HbA1c <6,0%, redução de peso, eventos adversos, glicemia de jejum, HDL-colesterol, triglicerídeos, PAD, circunferência abdominal, quantidade de medicações em uso. Quanto aos resultados, houve redução de 26,1% do peso no grupo cirúrgico vs. 7,9% no grupo controle; 28 pacientes (49%) alcançaram o desfecho tríplice em um ano no grupo cirúrgico vs. 11 pacientes (19%) no grupo controle, OR 4,8 (IC 95% 1,9–11,7). Esta diferença foi secundária a diferença no controle glicêmico (HbA1C <7 % foi observada em 75% dos pacientes do grupo cirurgia e 32% do grupo controle, OR 6.0 (IC 95% 2.6–13.9). O grupo cirúrgico também apresentou melhora dos desfechos secundários (glicemia de jejum, triglicerídeos, HDL-colesterol, PAD e número de medicamentos usados). As taxas de eventos adversos graves e não graves foram maiores no grupo cirúrgico vs. clínico (24 vs. 15 eventos e 1 vs. 5 eventos, respectivamente). Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
  • A redução de desfechos se relacionou principalmente à redução de peso, a qual foi maior, conforme esperado, no grupo cirúrgico;
  • Os eventos adversos ocorreram em maior número no grupo submetido ao procedimento cirúrgico, entretanto, existem alguns riscos que somente estes pacientes estavam expostos (efeitos adversos diretos da cirurgia e alteração do trânsito gastrintestinal);
  • O tempo de seguimento de apenas um ano limita avaliar presença de eventos adversos em longo prazo, bem como recuperação do peso e potencial recidiva de melhorias obtidas precocemente;
  • Como a amostra incluía pacientes já com critérios estabelecidos para submeter-se à cirurgia bariátrica (IMC >35 e comorbidades), avaliar os benefícios da cirurgia para pacientes com IMC <35 não foi é possível. 

Pílula do Clube: Cirurgia bariátrica (Bypass gástrico em Y-Roux) em pacientes com obesidade moderada e diabetes tipo 2 é capaz de reduzir peso e controlar comorbidades em 1 ano de seguimento, o que se relacionou principalmente à perda de peso ocorrida. O risco de efeitos adversos deve ser levado em consideração.

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