Denosumab for
Prevention of Fractures in Postmenopausal Women with Osteoporosis
Steven R. Cummings, M.D., Javier San Martin, M.D., Michael R. McClung,
M.D. et al. For the FREEDOM Trial
Este
ensaio clínico randomizado avaliou a eficácia do tratamento da osteoporose com
denosumab. Para isso foram analisados dados de 7.868 mulheres pós-menopáusicas
entre 60-90 anos randomizadas para denosumab 60 mg subcutâneo ou placebo
subcutâneo em aplicações semestrais no centro de estudo. Foram excluídas
mulheres com uso recente de reposição hormonal, bisfosfonados ou PTH
recombinante, com fraturas vertebrais severas ou causas secundárias de
osteoporose. Todas pacientes foram tratadas com
reposição de suplementos de cálcio (1000 mg/dia) e vitamina D (400 – 800
UI/dia). As pacientes e os avaliadores foram cegados para as intervenções. O
desfecho principal do estudo foi a incidência de fraturas vertebrais (avaliadas
radiologicamente, sintomáticas ou não) e os desfechos secundários foram tempo
para primeira fratura não-vertebral, tempo para primeira fratura de quadril e
marcadores ósseos (densitometria e marcadores séricos de reabsorção). O tempo
de seguimento foi de 36 meses, com visitas semestrais nesse intervalo. O denosumab
reduziu o risco de fraturas vertebrais (RR 0,32 IC95% 0,26–0,42 / NNT 22),
reduzindo também desfechos secundários, destacando-se menor ocorrência de fraturas
de quadril (HR 0,6 IC95% 0,37–0,95 / NNT 231). Quanto aos efeitos adversos,
celulite foi mais comum no grupo denosumab, enquanto quedas e concussões foram
mais frequentes no grupo placebo. Durante o Clube de Revista, os
seguintes pontos foram discutidos:
·
Apesar de avaliar a eficácia de uma droga
nova, a falta de comparador ativo (bisfosfonados em especial) no desenho do
estudo limita a aplicabilidade dos dados;
·
O desfecho principal avaliado é de
significado clínico questionável, uma vez que foram computadas fraturas
sintomáticas e assintomáticas;
·
A droga mostrou-se benéfica para prevenir
fraturas de quadril (com um NNT elevado) em uma população com um risco basal de
fraturas menor do que a população do estudo FIT (alendronato x placebo) no qual
esse benefício também foi documentado;
·
O tempo de seguimento é curto para avaliar a
ocorrência de efeitos adversos potencialmente graves atribuíveis ao denosumab
(neoplasias, fraturas atípicas e necrose asséptica de mandíbula).
Pílula do Clube: Apesar de mostrar-se efetiva para prevenção de
fraturas de quadril, a falta de comparação direta com as outras alternativas
terapêtucas já bem estabelecidas e de menor custo (alendronato em especial)
limita a aplicabilidade do resultado do estudo. Questões de segurança em longo
prazo também não ficam respondidas no presente estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário