sábado, 13 de outubro de 2012

Comentário do Clube de Revista de 08/10/2012


Effect of Tight Blood Glucose Control Versus Conventional Control in Patients with Type 2 Diabetes Mellitus: A Systematic Review with Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials
Anna Maria Buehler, Alexandre Biasi Cavalcanti, Otavio Berwanger, Mabel Figueiro, Lígia Nasi Laranjeira, Ana Denise Zazula, Bruno Kioshi, Diogo G. Bugano, Eliana Santucci, Grazielle Sbruzzi, Helio Penna Guimaraes, Vitor Oliveira Carvalho, Silvana Auxiliadora Bordin

Cardiovascular Therapeutics, 2011. [Epub ahead of print]

Nesta revisão sistemática com metanálise, avaliou-se o efeito do controle intensivo da glicemia em pacientes com diabete melito tipo 2 (DM2) sobre a mortalidade total e cardiovascular, complicações microvasculares e hipoglicemias. Foram selecionados ECRs controlados que comparassem duas estratégias de controle glicêmico (estrito vs. convencional) em pacientes com DM2 com ou sem doença cardiovascular prévia. Foram incluídos 6 ECRs (UKPDS, Kumamoto, VADT, VACSDM, ADVANCE, ACCORD), totalizando 27.654 pacientes, idade média de 48 a 66 anos, HbA1c basal entre 7 e 9,4%. Para os desfechos mortalidade geral e cardiovascular não houve diferença entre os grupos, bem como para AVC não fatal e amputação. O tratamento intensivo esteve associado com uma menor taxa de infarto não fatal (RR 0,85, IC95% 0,76 – 0,95), menor incidência de neuropatia e menor progressão de retino e nefropatia. Por outro lado, a taxa de hipoglicemias graves foi maior no controle intensivo (RR 2,39, IC95% 1,79 – 3,18). Na análise de subgrupos (análise de sensibilidade), destaca-se o aumento de mortalidade com tratamento intensivo nos estudos que usaram principalmente rosiglitazona (ACCORD e VADT). Durante a discussão do Clube de Revista os seguintes pontos foram:
  • A revisão sistemática parece ter sido realizada corretamente; foram divulgados os termos e resultados das pesquisas em detalhe;
  • O gráfico de funnel plot não foi apresentado;
  • Os estudos incluídos eram em geral de boa qualidade metodológica;
  • A heterogeneidade para o desfecho mortalidade geral foi moderada (I2 = 50%) e, na análise de sensibilidade, o único fator que aumentou a mesma foi uso de rosiglitazona no grupo tratamento intensivo;
  • Os resultados foram apresentados de maneira clara, porém a conclusão do estudo é algo confusa e não condizente com os resultados da revisão sistemática e metanálise.

Pílula do Clube: controle glicêmico intensivo em pacientes com DM2 não se associa com redução de mortalidade geral e cardiovascular, mas com redução de complicações microvasculares e infarto não fatal, às custas de um maior risco de hipoglicemias graves. Esse resultado reforça a recomendação de que as metas glicêmicas devam individualizadas.

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