Effect of Tight
Glucose Control with Insulin on the Thyroid Axis of Critically Ill Children and
Its Relation with Outcome
Marijke Gielen, Dieter Mesotten, Pieter J. Wouters, Lars Desmet, Dirk
Vlasselaers, Ilse Vanhorebeek, Lies Langouche,
and Greet Van den Berghe
JCEM 2012, 97: 3569-3576
Nesta subanálise de um ECR foi
avaliada a influência do controle glicêmico estrito no eixo tireoidiano e a
relação desta interação com a chance de alta da UTI em crianças criticamente
doentes. Dessa forma, foram analisados dados de 588 pacientes admitidos em UTI
por diversas indicações – 80% pós-operatório de cirurgia cardíaca – randomizados
para controle glicêmico estrito (alvo de 50-80 mg/dL
para crianças < 1 ano e de 70-100 mg/dL para crianças entre 1-16 anos)
ou controle glicêmico usual (alvo 180-215 mg/dL) . Ambos os grupos foram tratados com insulina humana –
Actrapid HM ® – quando a glicemia passava do limite superior do alvo para a
estratégia. Foi avaliada a influência dos níveis dos hormônios tireoidianos no desfecho
de interesse: chance de alta breve da UTI. Observou-se uma redução mais
acentuada na relação T3/rT3 no grupo de tratamento intensivo. Além disso, esta
redução na ativação de T4 em T3 foi associada com uma maior chance de alta
breve da UTI, após ajuste para diversas variáveis. Durante
o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
- A análise proposta não foi
pré-especificada e não se encontra descrita no registro do estudo;
- A faixa etária dos pacientes incluídos
foi muito ampla (0 – 18 anos);
- Trata-se de uma amostra composta
principalmente de pacientes com menos de 1 ano e submetidos à cirurgia
cardíaca;
- O alvo da estratégia intensiva parece
ser muito rigoroso, mesmo em se tratando de crianças sem diabetes prévio;
- A avaliação dos valores de TSH em 3 dias é questionável, uma vez que este hormônio demora semanas para alterar-se após uma mudança no eixo hipotálamo-hipófise-tireóide;
Pílula
do Clube: A hipótese de um efeito benéfico na redução
da ativação (produção de T3) e aumento
da inativação do T4 (conversão a sua forma inativa, rT3) é sugerida neste
estudo. Este trabalho serve como gerador de hipóteses, mas seus achados não são
robustos o suficiente para estabelecer relação causal entre redução da
ativação/aumento da inativação de T4 no doente agudo e evolução clínica destes
pacientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário