sábado, 10 de novembro de 2012

Comentário do Clube de Revista de 15/10/2012


Effect of Tight Glucose Control with Insulin on the Thyroid Axis of Critically Ill Children and Its Relation with Outcome
Marijke Gielen, Dieter Mesotten, Pieter J. Wouters, Lars Desmet, Dirk Vlasselaers, Ilse Vanhorebeek, Lies Langouche,
 and Greet Van den Berghe

JCEM 2012, 97: 3569-3576

            Nesta subanálise de um ECR foi avaliada a influência do controle glicêmico estrito no eixo tireoidiano e a relação desta interação com a chance de alta da UTI em crianças criticamente doentes. Dessa forma, foram analisados dados de 588 pacientes admitidos em UTI por diversas indicações – 80% pós-operatório de cirurgia cardíaca – randomizados para controle glicêmico estrito (alvo de 50-80 mg/dL para crianças < 1 ano e de 70-100 mg/dL para crianças entre 1-16 anos) ou controle glicêmico usual (alvo 180-215 mg/dL). Ambos os grupos foram tratados com insulina humana – Actrapid HM ® – quando a glicemia passava do limite superior do alvo para a estratégia. Foi avaliada a influência dos níveis dos hormônios tireoidianos no desfecho de interesse: chance de alta breve da UTI. Observou-se uma redução mais acentuada na relação T3/rT3 no grupo de tratamento intensivo. Além disso, esta redução na ativação de T4 em T3 foi associada com uma maior chance de alta breve da UTI, após ajuste para diversas variáveis. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
  • A análise proposta não foi pré-especificada e não se encontra descrita no registro do estudo;
  • A faixa etária dos pacientes incluídos foi muito ampla (0 – 18 anos);
  • Trata-se de uma amostra composta principalmente de pacientes com menos de 1 ano e submetidos à cirurgia cardíaca;
  • O alvo da estratégia intensiva parece ser muito rigoroso, mesmo em se tratando de crianças sem diabetes prévio;
  • A avaliação dos valores de TSH em 3 dias é questionável, uma vez que este hormônio demora semanas para alterar-se após uma mudança no eixo hipotálamo-hipófise-tireóide;

Pílula do Clube: A hipótese de um efeito benéfico na redução da ativação (produção de T3) e aumento da inativação do T4 (conversão a sua forma inativa, rT3) é sugerida neste estudo. Este trabalho serve como gerador de hipóteses, mas seus achados não são robustos o suficiente para estabelecer relação causal entre redução da ativação/aumento da inativação de T4 no doente agudo e evolução clínica destes pacientes.

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