Insulin Degludec
Versus Insulin Glargine in Insulin-Naive Patients With Type 2 Diabetes
Bernard Zinman, Athena Philis-Tsimikas, Bertrand Cariou, Yehuda
Handelsman, Helena W. Rodbard, Thue Johansen, Lars Endahl, Chantal Mathieu, on
the behalf of the BEGIN once long trial investigators
Diabetes Care published ahead of print October 5, 2012
Neste
ensaio clínico randomizado de não inferioridade foram comparadas duas
diferentes insulinas em pacientes com diabetes tipo 2 virgens de tratamento com
insulina. Para isso, foram analisados dados de 1030 pacientes com HbA1c
entre 7-10% randomizados para dois grupos (proporção 3:1): insulina degludec
(n=773) ou insulina glargina (n=257), ambas em dose única diária com aumento
gradual da mesma até atingir glicemia de jejum entre 70-88 mg/dL. Todos os pacientes vinham em uso apenas de antidiabéticos
orais que, após a randomização eram suspensos, exceto metformina e inibidores
da DPP-4. O estudo foi realizado sem cegamento para as intervenções e o
seguimento foi de 52 semanas. O desfecho principal foi a diferença entre HbA1c basal e após 52 semanas de tratamento. Os desfechos
secundários avaliados foram: diferença na glicemia de jejum, diferença na média
das glicemias capilares e qualidade de vida (escore SF-36). A diferença da HbA1c foi não inferior no grupo degludec comparado com o grupo
glargina (1,06 vs. 1,19%, com uma
diferença de 0,09% IC 95% -0,04
a 0,22). Os desfechos secundários também não foram
diferentes entre os grupos, exceto por uma diferença de um ponto no escore
SF-36 em favor do grupo degludec. A taxa geral de hipoglicemias foi igual entre
os grupos, com uma taxa menor de hipoglicemias graves (0,003 vs 0,023, RR =
0,14, p = 0,017) e noturnas (0,27 vs 0,5, RR = 0,51, p = 0,004) no grupo
degludec. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram
discutidos:
- O estudo não foi cegado, sujeito, portanto a vieses, em especial de aferição;
- O alvo definido para a glicemia de jejum pareceu excessivamente baixo;
- Foram incluídos pacientes com controle glicêmico adequado, ou muito próximo disso, para os quais dificilmente seria indicada insulinoterapia;
- As taxas de perdas foram significativas ao longo do estudo, próximas a 30%;
- Considerando o desenho aberto do estudo, é de difícil valorização a avaliação de qualidade de vida;
- O benefício na redução de hipoglicemias com a insulina degludec foi de pequena magnitude, de significância clínica questionável;
Pílula
do Clube: A insulina degludec determinou controle
glicêmico (níveis de HbA1c) não inferior ao grupo de insulina
glargina em pacientes virgens de insulina. Considerando-se as limitações do
estudo, o perfil de pacientes selecionados e a pequena significância clínica
das diferenças encontradas, não parece haver vantagens em usar insulina
degludec ao invés de insulina glargina em pacientes com diabetes tipo 2 virgens
de insulina.
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