sábado, 13 de outubro de 2012

Comentário do Clube de Revista de 01/10/2012


Testosterone Supplementation in Heart Failure
A Meta-Analysis

Mustafa Toma, Finlay A. McAlister, Erin E. Coglianese, Venkatesan Vidi, Samip Vasaiwala, Jeffrey A. Bakal, Paul W. Armstrong, Justin A. Ezekowitz.

Circulation: Heart Failure 2012;5:315-321

Nesta revisão sistemática com metanálise, foi estudado o efeito da reposição de testosterona sobre a capacidade de exercício em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Para isso, foram selecionados ECRs controlados por placebo que avaliaram o uso de testosterona em diferentes formulações em pacientes (homens ou mulheres) com IC com disfunção sistólica. Foram incluídos 4 ECRs, totalizando 199 pacientes, 84% deles hipertensos, com idade media de 62 anos, classe funcional II e III (90%) e fração de ejeção média entre 28-35%. O desempenho físico foi avaliado através do teste da caminhada de 6 minutos (TC6M) ou ergometria. Após padronização dos resultados para diferentes métodos de avalição do desempenho físico, o tratamento com testosterona foi associado com aumento significativo da capacidade de exercício de 0,5 (IC95% 0,1 – 0,96) desvio padrão em relação ao grupo placebo (em média 54 metros nos estudos que utilizaram TC6M ou 49 metros nos que utilizaram ergometria). Os pacientes tratados com testosterona apresentaram maior chance de reduzir de classe funcional (OR 4,9, IC95% 1,6 – 16,8), discreta melhora de parâmetros metabólicos (glicemia, HOMA-IR), bem como discreto aumento do PSA. Durante o Clube de Revista os seguintes pontos foram discutidos:
  • Foi usada restrição de idioma, o que, dado o pequeno número de estudos, pode ter deixado algum estudo relevante de fora desta análise. Além disso, não foi realizada análise de viés de publicação (não foi apresentado funnel plot);
  • Mesmo no material suplementar não foram apresentados os termos utilizados na busca dos estudos;
  • Os autores descrevem que estudos não apresentaram heterogeneidade, porém o valor do I2 não foi apresentado;
  • Os pacientes incluídos não apresentavam hipogonadismo;
  • A dose e via de testosterona administrada foi bastante variável, mas de uma forma geral, muito próxima a usada em pacientes com hipogonadismo;
  • Não foram avaliados e descritos de forma adequada os efeitos adversos do uso de testosterona;
  • A testosterona também foi benéfica no estudo que incluiu apenas mulheres, reforçando o resultado da metanálise;

Pílula do Clube: O uso de testosterona em paciente com IC e disfunção sistólica parece promissor, em especial para melhora de sintomas. Entretanto, o pequeno tamanho dos estudos realizados até o momento e as dúvidas em relação à segurança deste tratamento não autorizam a sua utilização na prática clínica.

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