2-year
efficacy and safety of linagliptin compared with glimepiride in patients with
type 2 diabetes inadequately controlled on metformin: a randomised,
double-blind, non-inferiority trial
Baptist
Gallwitz, Julio Rosenstock, Thomas Rauch, Sudipta Bhattacharya, Sanjay Patel,
Maximilian von Eynatten, Klaus A Dugi, Hans-Juergen Woerle
Lancet 2012, June 28 (online first).
Neste
ECR de não inferioridade, duplo cego, double-dummy,
foi comparado o uso de linagliptina (um inibido da DPP-4) com a glimepirida em
pacientes com DM tipo 2 com controle glicêmico inadequado em uso de metformina.
Para isso foram randomizados 777 pacientes para linagliptina (5 mg por dia) e
775 para glimepirida (iniciando em 1 mg por dia, podendo ser aumentada até 4 mg
por dia), acompanhados por 2 anos em diferentes centros do mundo. Todos os
pacientes apresentavam HbA1c de 6,5-10% (se em uso somente de metformina) ou
6,0-9,0% (se em uso de hipoglicemiantes) e passavam por uma fase de run-in de 2 semanas e, se em uso de
outro medicamento além da metformina, uma fase de washout de 6 semanas. O desfecho primário escolhido pelos autores
foi mudança na Hba1c do início do estudo até a semana 104, sendo que
o limite para considerar a linagliptina não inferior foi uma diferença absoluta
de até 0,35% entre os dois tratamentos. Como resultado principal, a diferença
na Hba1c foi de -0,16% com linagliptina e -0,36% com glimepirida
(diferença entre os grupos de 0,20% com IC 97,5% 0,09-0,30). Os pacientes em
uso de linagliptina apresentaram uma taxa menor de hipoglicemias e menor ganho
de peso quando comparados com os pacientes em uso de glimepirida. Durante o
Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
·
Durante o estudo houve perdas de seguimento
(apenas 76% e 78% dos pacientes radomizados para linagliptina e glimepirida
completaram o seguimento, respectivamente), o que pode ter enviesado os
resultados;
·
A perda é maior na avaliação dos desfechos per protocol, o que é recomendado por
alguns em ECRs de não inferioridade. Somente 447 (58%) e 458 (59%) pacientes
randomizados para linagliptina e glimepirida, respectivamente, mantêm-se
incluídos na análise;
·
Todo o estudo foi conduzido com verba e
influência direta da indústria farmacêutica produtora da linagliptida, sendo
inclusive 6 dos 8 autores do artigo empregados da mesma;
·
O estudo não tem poder para avaliar desfechos
duros (eventos cardiovasculares);
Pílula
do Clube: Em pacientes com controle glicêmico
inadequado com metformina, a adição de glimepirida ou linagliptina parece
apresentar efeitos semelhantes em relação à queda da HbA1c com menos
efeitos adversos da linagliptina. Pelas falhas metodológicas, especialmente o
grande número de pacientes perdidos ao longo do estudo e a falta de avaliação
de desfechos duros, a linagliptina ainda não pode ser incorporada no cuidado
dos pacientes com DM.
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