Training
in flexible, intensive insulin management to enable dietary freedom in people
with type 1 diabetes: dose adjustment for normal eating (DAFNE) randomised controlled
trial
DAFNE
Study Group
BMJ 2002,
325: 746.
Neste ECR foi avaliada a “estratégia
DAFNE” de ajuste de insulina conforme a ingestão de carboidratos. Foram
randomizados 169 adultos com diabetes melito tipo 1 e controle glicêmico
moderado a ruim (HbA1c 7,5-12%) para receber o treinamento
imediatamente ou 6 meses depois. Este treinamento era realizado em grupos
durante 5 dias. Após este curso, o paciente não era seguido pela equipe que
realizou o treinamento, mas ficava livre para contatar a equipe em caso de
dúvidas. Os desfechos principais escolhidos pelos autores foram a variação da
HbA1c, taxa de hipoglicemias severas e impacto do DM na qualidade de
vida. Na avaliação em 6 meses, aqueles pacientes que receberam o treinamento apresentaram
melhor média de HbA1c quando comparados com aqueles que ainda não
haviam recebido o treinamento (8,4 vs.
9,4%, p<0,0001). Além disso, o grupo que recebeu o treinamento apresentou
melhor qualidade de vida, porém as taxas de hipoglicemias foram semelhantes nos
dois grupos. Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
- O estudo não apresentava registro no clinical trials ou em qualquer outra base de dados de registro de ensaios clínicos;
- O estudo foi parcialmente financiado em parte, pela indústria farmacêutica Novartis;
- Os pacientes randomizados eram voluntários, o que pode ter ocasionado viés de seleção;
- A análise foi feita per protocol, ao invés da preferencial intention to treat;
- Não foi apresentada tabela 1, de características basais dos dois grupos;
- A intervenção (curso DAFNE) não é claramente descrita no estudo, não permitindo a sua correta reprodução e aplicação fora do contexto do estudo.
Pílula
do Clube: O treinamento DAFNE parece diminuir a HbA1c
e melhorar a qualidade de vida de pacientes com DM tipo 1. Apesar disso, a
aplicação destes dados é pouco factível, uma vez que a intervenção não é
descrita no estudo e parece diferir bastante do que é feito no nosso meio em
relação à contagem de carboidratos.
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