domingo, 17 de abril de 2011

Comentário do Clube de Revista de 12/04/2011

Growth Hormone plus Childhood Low-Dose Estrogen in Turner’s Syndrome
Judith L. Ross, Charmian A. Quigley, B.S., Dachuang Cao, Penelope Feuillan, Karen Kowal, John J. Chipman, and Gordon B. Cutler.
N Engl J Med 2011;364:1230-42.

Neste ECR double-dummy controlado por placebo os investigadores estudaram o efeito do uso de hormônio do crescimento (GH) e estrógeno em dose ultra-baixa na altura final de meninas com síndrome de Turner. Para isso 149 meninas (5 a 12,5 anos) foram randomizadas em quatro grupos: placebo SC/placebo VO; GH/placebo VO; placebo SC/estrógeno dose muito baixa (25 ng/kg/dia dos 5 aos 8 anos e 50 ng/kg/dia até os 12 anos) VO; GH/estrógeno dose muito baixa. O desfecho primário era a altura na idade adulta, avaliado por intention to treat modificado e per protocol. Como resultado principal, o grupo GH quando comparado com o placebo apresentou ganho de 5 cm na altura final (P<0,001). Em relação ao estrógeno dose muito baixa, não houve ganho significativo de altura (2,1 cm; P=0,059). Durante a discussão do Clube de Revista, os seguintes pontos foram abordados:
·         Apesar da randomização parecer adequada na sua descrição, houve desequilíbrio entre os grupos em relação às variáveis idade cronológica e óssea, resultando em um viés conservador;
·         A dose e o esquema de administração do GH foram diferentes das usadas usualmente, resultando em uma dose mais baixa de GH;
·         A análise dos pacientes per protocol é extremamente limitada, pela grande quantidade de perdas, principalmente nos grupos que estavam usando placebo de GH (cerca de 50%);
·         O estudo não atingiu o número de pacientes planejado e juntamente com as perdas, este fato limita a conclusão em relação ao uso do estrógeno;
·         Não foram avaliados desfechos de qualidade de vida que são importantes no momento de decidir sobre o uso dessas intervenções.
Pílula do Clube: O estudo demonstrou que o GH parece ter um papel no ganho de altura de meninas com síndrome de Turner. Tendo em vistas as falhas metodológicas, o uso deste medicamento ainda deve ser individualizado e discutido com a paciente e familiares.

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