domingo, 3 de abril de 2011

Comentário do Clube de Revista de 22/03/2011

Randomized Study of Basal-Bolus Insulin Therapy in the Inpatient Management of PatientsWith Type 2 Diabetes Undergoing General Surgery (RABBIT 2 Surgery)

Guillermo E. Umpierrez, Dawn Smiley, Sol Jacobs, Limin Peng,
Angel Temponi, Patrick Mulligan, Denise Umpierrez,
Christopher Newton, Darin Olson, Monica Rizzo.

Diabetes Care 34:256–261, 2011

            Este ECR comparou duas estratégias de tratamento de pacientes diabéticos internados para realização de cirurgia não cardíaca: uso de insulina regular conforme glicemia capilar vs. uso de insulina basal e bolus (glargina e glulisina). Foram randomizados 211 pacientes internados para realização de cirurgia não cardíaca, nos quais não havia previsão de internação em unidade de cuidados intensivos, glicose 140-400 mg/dl, duração de DM>3 meses, idade 18-80 anos e tratamento com dieta, hipoglicemiantes orais ou insulina com dose diária < 0,4 UI/kg. Pacientes com história de cetoacidose diabética, insuficiência renal e doença hepática foram excluídos. A média diária da glicemia capilar (desfecho primário) foi menor no grupo que utilizou insulina basal e bolus quando comparada com o grupo que utilizou insulina conforme glicemia capilar: 157 ± 32 vs. 176 ± 44 mg/dL, p < 0,001. Houve menor taxa de complicações pós-operatórias (infeção de ferida operatória, pneumonia, bacteremia, insuficiência respiratória e insuficiência renal aguda) no grupo que utilizou insulina basal e bolus (8,6% vs. 24,3%; p = 0,003), principalmente às custas de redução de infecção de ferida operatória (2,9% vs. 10,3%; p = 0,05). Os comentários do Clube de Revista foram os seguintes:
·         Estudo bem desenhado, que fornece informações sobre a importância do controle glicêmico no DM em cenário clínico no qual ainda existem poucas evidências disponíveis;
·         Durante o estudo 12% dos pacientes que estavam utilizando o esquema de insulina conforme glicemia cruzaram para o grupo basal e bolus, resultando em viés conservador;
·         Idealmente, seria interessante haver um braço de basal e bolus com uso de insulinas humanas (NPH e regular), uma vez que já há evidência que estas são tão eficazes quanto os análogos em pacientes clínicos internados (Umpierrez et al. JCEM 2009; 94:564-69);
·       Não foram medidas taxas de hipoglicemias graves (que necessitassem de auxílio para resolução) e sim glicemias capilares menores que 70 mg/dL.

Pílula do Clube: o uso de esquema de insulina basal e bolus em pacientes com DM tipo 2 internados para realização de cirurgia não cardíaca determina melhor controle glicêmico e diminuição de complicações pós-operatórias (principalmente infecção de ferida operatória) quando comparado com o uso de insulina conforme glicemia capilar.

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