quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Screening for Vitamin D Deficiency in Adults Updated Evidence Report and Systematic Review for the US Preventive Services Task Force

Leila C. Kahwati, Erin LeBlanc, Rachel Palmieri Weber, Kayla Giger, Rachel Clark, Kara Suvada, Amy Guisinger, Meera Viswanathan.


JAMA 2021, 325(14):1443-1463.

https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2778488


A vitamina D desempenha funções na homeostase do cálcio, no metabolismo ósseo e em outras funções celulares regulatórias. Níveis séricos baixos de vitamina D têm sido associados a eventos clínicos adversos. Uma revisão prévia sobre o assunto foi realizada em 2014 com evidência insuficiente. Nesse contexto, esta revisão objetivou atualizar as recomendações de 2014 sobre a evidência quanto ao rastreamento para deficiência de vitamina D em pacientes adultos.

A busca pelos artigos foi realizada nas bases PubMed, Cochrane Library e EMBASE. Também foram avaliados os dados do ClinicalTrials.gov, Cochrane Register of Controlled Trials e da World Health Organization International Clinical Trials Registry Platform. Foram avaliados artigos em inglês, publicados de  1º de Janeiro de 2013 até 12 de Março de 2020. As análises dos títulos, resumos e textos completos foram realizadas utilizando critérios de inclusão previamente especificados incluindo ensaios clínicos randomizados, pacientes adultos e excluídas gestantes. Para estudos sobre danos de rastreamento ou danos de tratamento foram elegíveis também estudos não randomizados.  Foram descritas algumas “questões chave” a serem respondidas dentro de cada população. 

Foram incluídos 46 estudos (n=16.205). Nenhum estudo avaliou diretamente os benefícios e danos do rastreamento, inviabilizando a resposta das “questões chave” 1 e 2 que tratavam deste tema. Entre pacientes da comunidade, o tratamento não demonstrou associação significativa com mortalidade com diferença absoluta de risco de 0,3% (IC95% −0,6% a 1,1%) em 8 ECRs (n=2006), fraturas com diferença absoluta de risco de −0,3% (IC95% −2,1% a 1,6%) em 6 ECRs (n=2186), incidência de diabetes com diferença absoluta de risco de 0,1% (IC95% −1,3% a 1,6%) com 5 ECRs (n=3356), incidência de doença cardiovascular em 2 ECRs com hazard ratio (HR) de 1,00 (IC95% 0,74 a 1,35) e 1,09 (IC95% 0,68 a 1,76), incidência de câncer em 2 ECRs com HR de 0,97 (IC95% 0,68 a 1,39) e 1,01 (IC95% 0,65 a 1,58), ou depressão em 3 ECRs com diversas análises reportadas. A diferença absoluta de risco para incidência de novas quedas em pacientes com uma ou mais quedas foi de −4,3% (IC95% −11,6% a 2,9%) em 6 ECRs. A evidência foi considerada mista para efeito no tratamento do desempenho funcional com 2 ECRs e limitada para efeito em infecções em 1 ECR. A incidência de eventos adversos e cálculos renais foi similar entre o grupos de tratamento e controle. No Clube de Revista foram discutidos os seguintes pontos:

  • O estudo priorizou achados na população americana pelo fato de a USPSTF avaliar as condutas de prevenção nesta população;

  • A inclusão de pacientes institucionalizados foi prejudicial na análise dos dados considerando que a força de evidência utilizada pela USPSTF era com base em pacientes da comunidade;

  • Os benefícios e danos das diversas doses de vitamina D, formulações ou duração do tratamento não foi avaliado. Soma-se a isso, o fato de que os pacientes incluídos com base no nível sérico de vitamina D realizado por diversos ensaios não padronizados. 


Pílula do Clube: este estudo sugere que o tratamento com vitamina D em pacientes assintomáticos da comunidade com níveis séricos baixos não gera efeito na mortalidade ou incidência de fraturas, quedas, depressão, diabetes, doença cardiovascular, câncer ou eventos adversos.


Discutido no Clube de Revista de 30/08/2021.

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