E.A. Bohula,
S.D. Wiviott, D.K. McGuire, S.E. Inzucchi, J. Kuder, K.A. Im,
C.L. Fanola, A. Qamar, C. Brown, A. Budaj, A. Garcia‑Castillo, M. Gupta, L.A. Leiter, N.J. Weissman, H.D. White, T. Patel, B. Francis, W. Miao, C. Perdomo, S. Dhadda, M.P. Bonaca, C.T. Ruff, A.C. Keech, S.R. Smith, M.S. Sabatine, and B.M. Scirica, for the CAMELLIA–TIMI 61 Steering Committee and Investigators*
C.L. Fanola, A. Qamar, C. Brown, A. Budaj, A. Garcia‑Castillo, M. Gupta, L.A. Leiter, N.J. Weissman, H.D. White, T. Patel, B. Francis, W. Miao, C. Perdomo, S. Dhadda, M.P. Bonaca, C.T. Ruff, A.C. Keech, S.R. Smith, M.S. Sabatine, and B.M. Scirica, for the CAMELLIA–TIMI 61 Steering Committee and Investigators*
N Engl J Med 2018, 379(12):1107-1117.
A lorcaserina (agonista do receptor
5-HT2C) já provou eficácia em redução de peso, quando comparada com placebo, em
pacientes com sobrepeso e obesidade, e o presente estudo foi feito com o
objetivo de avaliar a segurança e a eficácia desta medicação. Para isso,
realizou-se ensaio clínico randomizado 1:1 (grupo lorcaserina 10mg duas vezes
por dia vs. placebo - ambos os grupos
recebiam orientação de dieta e atividade física), multinacional. Foram
incluídos pacientes com IMC maior ou igual a 27, com 40 anos ou mais e doença
cardiovascular definida; ou mulheres com 55 anos ou mais e homens com 50 anos
ou mais, com diabetes e pelo menos mais um fator de risco cardiovascular. O
desfecho primário de segurança foi eventos cardiovasculares maiores (MACE -
morte cardiovascular, infarto agudo do miocárdio e AVC), estimando 460
desfechos para um poder de 95% de definir não inferioridade com margem inferior
de 1,4. Se a não inferioridade fosse atingida, o estudo seguia para uma
avaliação de superioridade com o desfecho primário de eficácia avaliando o MACE
estendido (morte cardiovascular, IAM, AVC, internação por angina instável, por
insuficiência cardíaca ou revascularização coronariana).
Foram arrolados 12.000 pacientes, e em
1 ano de seguimento, houve perda ≥ 5% do peso em 38,7% dos pacientes do grupo
lorcaserina e 17,4% do grupo placebo com OR 3,01 (IC95% 2,74 a 3,30; P<0,001).
Na mediana de tempo de seguimento de 3,3 anos, o desfecho primário de segurança
(MACE) teve uma taxa anual de 2% no grupo lorcaserina e 2,1% no grupo placebo,
com HR de 0,99 (IC95% 0,85 a 1,14; P<0,001) para não inferioridade. Já o
desfecho primário de eficácia (MACE estendido) foi não significativo para
superioridade, com uma taxa anual de 4,1% e 4,2% respectivamente, com HR de 0,97
(IC95% 0,87 a 1,07; P=0,55). Eventos adversos sérios tiveram taxas semelhantes
nos dois grupos, sendo os mais associados com lorcaserina: tontura, náusea,
fadiga, cefaleia e diarreia. Foi feito um subestudo com ecocardiografia, que
não mostrou diferença na incidência de nova valvulopatia ou piora de valvulopatia
já existente. No Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
·
Pacientes em uso de lorcaserina tiveram
perda de peso de em torno de 2,7% por ano; redução dos níveis de triglicerídeos
e disglicemia, redução de frequência cardíaca e pressão arterial;
·
A discussão não foi bem desenvolvida no
artigo, e não são citadas as limitações do estudo;
·
Ainda não se sabe a segurança em longo
prazo do uso dessa medicação;
·
O estudo foi patrocinado pela indústria
farmacêutica, que participou desde o desenho do estudo até a redação do artigo;
·
O fato de os pacientes terem perdido
peso e melhorado fatores de risco cardiovasculares, mas não diminuído eventos
cardiovasculares questiona o real benefício do medicamento.
Pílula do Clube: O uso de lorcaserina promoveu perda de cerca de 3 kg em comparação com
placebo, sem aumento ou diminuição na taxa de eventos cardiovasculares em
pacientes com sobrepeso ou obesidade, com doença cardiovascular aterosclerótica
ou fatores de risco cardiovascular
Discutido no Clube de Revista de 24/09/2018.
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