quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Romosozumab Treatment in Postmenopausal Women with Osteoporosis

F. Cosman, D.B. Crittenden, J.D. Adachi, N. Binkley, E. Czerwinski, S. Ferrari, L.C. Hofbauer, E. Lau, E.M. Lewiecki, A. Miyauchi, C.A.F. Zerbini, C.E. Milmont, L. Chen, J. Maddox, P.D. Meisner, C. Libanati, and A. Grauer


N Engl J Med. 2016 Sep 18. [Epub ahead of print]

Trata-se de ensaio clínico randomizado, duplo cego, controlado por placebo, que avaliou o uso de romosozumab por 12 meses em mulheres com osteoporose na pós-menopausa (estudo FRAME, Fracture Study in Postmenopausal Women with Osteoporosis). Romosozumab é um anticorpo monoclonal que se liga e inibe a esclerostina, aumentando a formação e reduzindo a reabsorção óssea. Foram arroladas 7.180 mulheres com osteoporose pós-menopáusica, de 55 a 90 anos de idade, com escore T entre -2,5 a -3,5 na densitometria óssea de fêmur total ou colo femoral que receberam romosozumab 210mg SC ou placebo mensalmente por 12 meses, seguidos de denosumab semestralmente por mais 12 meses para todas as pacientes. Todas as participantes receberam reposição de cálcio e vitamina D diariamente.
O uso de romosozumab se associou à redução do desfecho primário, incidência cumulativa de nova fratura vertebral (radiológicas + clínicas) de 73% em 12 meses (incidência 0,5% no grupo intervenção vs. 1,8% no grupo placebo) e 75% em 24 meses (incidência de 0,6% no grupo intervenção vs. 2,5% no grupo placebo). Em relação aos desfechos secundários, houve redução de 36% do risco de fratura clínica (composição de fratura não-vertebral e fraturas sintomáticas) em 12 meses (incidência de 1,6% no grupo romosozumab vs. 2,5% no grupo placebo). O risco de fratura clínica em 24 meses e de fratura não vertebral em 12 e 24 meses não foi diferente entre os grupos. Houve também aumento da densidade mineral óssea em 24 meses na coluna lombar (13,3%), fêmur total (6,9%) e colo femoral (5,9%) nos usuários de romosozumab. A incidência de eventos adversos foi semelhante entre os grupos. Dentre os eventos de interesse, ocorreram dois casos de osteonecrose de mandíbula associados a procedimento dentário e um caso de fratura femoral atípica. Sete pacientes no grupo romosozumab apresentaram eventos associados à droga como dermatite, dermatite alérgica, rash macular, que se resolveram após retirada de romosozumab. Durante a apresentação do estudo, foram discutidos os seguintes pontos:
·         Não fica claro a população incluída no estudo em relação a terapia prévia de osteoporose (se as pacientes eram virgens de tratamento ou refratárias ao uso de outras medicações);
·         As pacientes incluídas no estudo apresentavam indicação de tratamento ativo para osteoporose. Incluí-las em um estudo com um braço de placebo pode ser eticamente questionável;
·         Apesar de efetivo, o romosozumab apresentou NNTs elevados para todos os desfechos: 76 para novas fraturas vertebrais em 111 para fraturas clínicas em 12 meses;
·         Além disso, o romosozumab não foi efetivo em diminuir o risco de fraturas não vertebrais em 12 meses ou fraturas clínicas em mais longo prazo (24 meses).

 Pílula do clube: O tratamento com romosozumab em mulheres com osteoporose na pós-menopausa resultou em redução do risco de fraturas vertebrais (radiológicas e clínicas) e fraturas clinicas (não-vertebral e vertebral sintomática) em relação ao placebo em 12 meses. Estudos comparando o romosozumab com tratamentos bem estabelecidos para osteoporose (bisfosfonados) são necessários para esclarecer o seu papel no tratamento da condição.


Discutido no Clube de Revista de 10/10/2016.

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