terça-feira, 29 de agosto de 2017

Canagliflozin and Cardiovascular and Renal Events in Type 2 Diabetes

Bruce Neal, Vlado Perkovic, Kenneth W. Mahaffey, Dick de Zeeuw, Greg Fulcher, Ngozi Erondu, Wayne Shaw, Gordon Law, Mehul Desai, and David R. Matthews, for the CANVAS Program Collaborative Group

N Engl J Med 2017; 377:644-657

A canaglifozina é um inibidor do SGLT-2 com reconhecidos efeitos de reduzir glicemia, peso, e pressão arterial em pacientes com diabetes. Trata-se de um ensaio clínico randomizado com objetivo de reportar desfechos cardiovasculares e renais da canagliflozina usada em pacientes com diabetes tipo 2. O artigo traz dados de dois estudos, CANVAS e CANVAS-R, totalizando 10.142 pacientes. Foram incluídos pacientes com diabetes tipo 2, idade de 30 anos ou mais e história de doença cardiovascular (DCV) sintomática ou com mais de 50 anos e fatores de risco cardiovasculares. Pacientes com taxa de filtração glomerular < 30ml/min foram excluídos do estudo. A randomização foi de 1:1:1 para canaglifozina 100 mg, 300 mg ou placebo. O estudo foi duplamente cegado até o final. O desfecho primário foi um composto de morte por causa cardiovascular, infarto agudo do miocárdio não fatal e AVC não fatal. A idade média dos participantes foi de 63,3 anos, 35% eram mulheres, 65% tinham DCV prévia e uma média de 13 anos de diabetes. O desfecho primário foi menor em pacientes em uso de canagliflozina (HR 0,86 IC95%0,75–0,97 P=0,02 para superioridade). Quando analisados separadamente, não houve benefício nos desfechos morte por qualquer causa (HR 0,87 IC95% 0,72–1,06) e infarto do miocárdio não fatal (HR 0,85 IC95% 0,69-1,05). Quanto aos desfechos renais houve menor progressão da albuminúria (HR 0,73 IC95% 0,67–0,79). Os pacientes em uso de canaglifozina tiveram mais amputações (HR 1,97 IC95% 1,41-2,75) e mais fraturas quando comparados com o placebo (HR 1,26 IC95% 1,04–1,52). Durante o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
·         Apesar do estudo demonstrar benefício quando analisado o desfecho primário não houve benefício quando analisados os desfechos que o compunham separadamente, o que foi diferente do observado com a empagliflozina no ECR EMPA- REG;
·         Maior número de amputações e fraturas nos pacientes que utilizaram canagliflozina são eventos adversos que preocupam e devem ser considerados ao prescrever este medicamento, em especial para pacientes com vasculopatia periférica;
·         A melhora de alguns desfechos pode ser dever também à diminuição da pressão arterial, além da melhora do controle glicêmico.

Pílula do Clube: A canaglifozina demonstrou segurança cardiovascular, contudo não demonstrou benefício com relação ao placebo quando avaliados separadamente os desfechos mortalidade geral, IAM e AVC não fatal. Os pacientes em uso de canagliflozina apresentaram maior número de amputações e fraturas.


Discutido no Clube de Revista de 03/07/2017.

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