Cannon CP, Blazing MA, Giugliano RP, McCagg A, White JA, Theroux P, Darius H, Lewis BS, Ophuis TO, Jukema JW, De Ferrari GM, Ruzyllo W, De Lucca P,Im K, Bohula EA, Reist C, Wiviott SD, Tershakovec AM, Musliner TA, Braunwald E, Califf RM; IMPROVE-IT Investigators.
N Engl J Med 2015, 372:2387-97.
Este
ECR foi realizado com o objetivo de avaliar se redução adicional do LDL com ezetimibe
tem benefício em reduzir desfechos cardiovasculares em pacientes de alto risco CV,
além de avaliar sua segurança. Foram incluídos pacientes com mais de 50 anos,
hospitalizados recentemente por IAM com ou sem supra de ST, ou angina de alto
risco, com níveis de colesterol LDL entre 50-125 mg/dL (naqueles sem uso de
estatina) ou 50-100 mg/dL (naqueles em uso de estatinas). Foram excluídos pacientes
com cirurgia de revascularização do miocárdio já planejada, insuficiência renal
(TFG≤30), doença hepática ativa ou uso de estatina mais potente do que 40 mg de
sinvastatina. A amostra foi calculada objetivando um total de eventos
cardiovasculares de 5.250, para ter um poder de 90% de demonstrar redução de
risco de 9,75% entre os grupos. Todas as análises foram feitas por intention to treat. Os pacientes foram
randomizados 1:1 para receber sinvastatina 40 mg com ou sem ezetimibe 10mg em
dose única diária. Até 2011, os pacientes com colesterol LDL > 79 mg/dL em 2
exames consecutivos tinham a dose de sinvastatina aumentada para 80 mg; após
esta data a dose não era mais ajustada. Se o nível de colesterol LDL fosse
maior do que 100 mg/dL, o fármaco do estudo era descontinuado e estatina mais
potente era iniciada. O desfecho primário foi a combinação de morte por doença
cardiovascular, AVC não-fatal e evento coronariano maior (definido como IAM
não-fatal, angina instável e revascularização coronariana após 30 dias de
seguimento no estudo). Os desfechos secundários foram as combinações de morte
por qualquer causa, AVC não-fatal ou evento coronariano maior; morte por doença
coronariana, IAM não-fatal ou revascularização urgente em 30 dias; e morte por
doença cardiovascular, IAM não-fatal, revascularização urgente em 30 dias ou
internação por angina instável. Foram randomizados 18.144 pacientes, 9.077 para
o grupo da sinvastatina, e 9.067 para o grupo sinvastatina + ezetimibe. Ao longo
do estudo, o colesterol LDL dos pacientes do grupo ezetimibe era mais baixo do
que o dos pacientes em uso de monoterapia (53,7 vs. 69,5 mg/dL; P < 0,001). O
grupo que recebeu ezetimibe teve uma redução de 24% do colesterol LDL após 1
ano de uso em relação ao grupo que recebeu somente a estatina. Para o desfecho
primário, houve redução absoluta de risco de 2% com o uso de ezetimibe (NNT=50).
A redução dos desfechos foi mais pronunciada nos pacientes com DM. Para os
desfechos combinados secundários também houve redução de risco. No clube foram
discutidos os seguintes pontos.
·
Não houve redução mortalidade, tendo resultado
positivo para os desfechos combinados às custas de AVC, IAM e revascularização
de urgência;
·
A redução do risco relativo, apesar de
estatisticamente significativa, foi pequena (6,4%). Apesar desta redução
discreta, o estudo demonstrou que a redução adicional de colesterol LDL com ezetimibe
é benéfico em pacientes de alto risco;
·
Este estudo enfraquece a hipótese de que a
redução do risco CV com o uso de estatinas é principalmente devido ao seu
efeito pleiotrópico.
Pílula
do Clube: O uso do ezetimibe associado às estatinas em
pacientes de alto risco cardiovascular pode promover uma discreta redução de
eventos cardiovasculares.
Discutido
no Clube de Revista de 29/06/2015.
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