A Randomized Trial of Therapies for Type 2 Diabetes and Coronary
Artery Disease
The BARI 2D Study Group
NEJM 2009;360:2503-15
Neste ensaio clínico randomizado
fatorial 2x2, foram comparadas duas estratégias de tratamento da cardiopatia
isquêmica e duas estratégias de controle glicêmico em pacientes com DM tipo 2 e
cardiopatia isquêmica. Para isso, foram selecionados 2.368 pacientes com DM tipo 2 e doença
arterial coronariana (obstrução de pelo menos uma artéria epicárdica principal ≥50% e teste de esforço positivo ou obstrução ≥70% e angina típica). As lesões deveriam ser passíveis de
tratamento percutâneo (ACTP) ou cirúrgico (CRM); foram excluídos pacientes com
lesão de tronco ou com indicação de revascularização imediata. A técnica de
revascularização (ACTP ou CRM) que potencialmente seria usada em cada paciente
foi definida antes da randomização pelo médico assistente e esse fator foi
usado para estratificar a randomização. Estratégia de tratamento da cardiopatia
isquêmica: os pacientes foram randomizados para revascularização precoce ou
tratamento clínico otimizado apenas; Manejo glicêmico: os pacientes foram
randomizados para insulin-sensitization
(metformina e/ou glitazonas) ou insulinprovision
(sulfoniluréias e/ou insulina) com alvo de HbA1c < 7%. O desfecho principal
foi mortalidade por todas as causas e o desfecho secundário foi um composto de
morte, IAM ou AVC. Quando comparadas as estratégias de tratamento da
cardiopatia isquêmica, não houve diferença tanto para o desfecho primário,
quanto para os desfechos secundários. Entretanto, quando analisados apenas os
pacientes selecionados para CRM, a estratégia de revascularização precoce
mostrou estar relacionada a uma menor taxa de eventos cardiovasculares (22,4% vs. 30,2%; p=0,01). Na comparação das
estratégias de manejo glicêmico, também não foram encontradas diferenças, tanto
no desfecho primário, quanto nos secundários. Durante o Clube de Revista, os
seguintes pontos foram discutidos:
- O estudo não foi desenhado para comparar técnicas de revascularização, a alocação para CRM ou ACTP não foram randomizadas, de forma que pacientes alocados para o primeiro grupo diferiam daqueles do segundo grupo;
- Ao final de 5 anos 54% dos pacientes alocados para estratégia de insulinsensitization estavam em uso de insulina ou sulfoniluréias, limitando a interpretação dos resultados;
- O uso de glitazonas (em especial rosiglitazona) por mais de 50% dos pacientes no grupo insulin-sensitization pode ter contribuído para um aumento do número de eventos, anulando um potencial efeito benéfico da metformina neste grupo.
Pílula
do Clube: Em pacientes com DM tipo 2 a estratégia de
revascularização precoce não confere benefício em relação ao tratamento clínico
otimizado. Considerando-se a alta frequência de uso de insulina e
sulfoniluréias no grupo insulinsensitization,
os resultados da comparação das estratégias de controle glicêmico deste estudo
não são valorizáveis.
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