quarta-feira, 12 de abril de 2017

Effect of Testosterone Treatment on Volumetric Bone Density and Strength in Older Men with Low Testosterone: A Controlled Clinical Trial

Peter J. Snyder, David L. Kopperdahl, Alisa J. Stephens-Shields, Susan S. Ellenberg, Jane A. Cauley, Kristine E. Ensrud, Cora E. Lewis, Elizabeth Barrett-Connor, Ann V. Schwartz, David C. Lee, Shalender Bhasin, Glenn R. Cunningham, Thomas M. Gill, Alvin M. Matsumoto, Ronald S. Swerdloff, Shehzad Basaria, Susan J. Diem, ChristinaWang, Xiaoling Hou, Denise Cifelli, Darlene Dougar, Bret Zeldow, Douglas C. Bauer, Tony M. Keaveny.

JAMA Intern Med 2017, 177(4):471-79.

Os T-trial é um conjunto de sete ensaios clínicos randomizados, multicêntricos, duplo-cegos, placebo-controlados, envolvendo 12 centros nos Estados Unidos. Os objetivos primários específicos são testar as hipóteses de que a reposição de testosterona em homens idosos com concentrações séricas baixas desse hormônio e com sintomas e/ou anomalias objetivamente medidas em pelo menos uma das cinco áreas possivelmente associadas a esta alteração (função física ou sexual, vitalidade, cognição e anemia) resultará em alterações mais favoráveis ​​nessas anormalidades do que o tratamento com placebo.
O Bone Trial testou a hipótese de que o tratamento com testosterona poderia aumentar a densidade mineral óssea (DMO) trabecular volumétrica da coluna lombar em homens com ≥ 65 anos com testosterona sérica < 275ng/dL em duas dosagens matinais. O desfecho primário foi a alteração da DMO da coluna lombar (trabecular) em relação à linha de base medida por tomografia computadorizada quantitativa (QCT). Os desfechos secundários foram: DMO da coluna lombar e quadril (trabecular e cortical), além da força óssea desses sítios (medida por análise de elementos finitos [FEA] da TC). Os homens foram avaliados por TC quantitativa e DEXA da coluna vertebral e quadril, e fraturas clínicas aos 0 e 12 meses. Foi calculado tamanho da amostra (200 indivíduos) e imputação múltipla foi usada para verificar a influência dos exames ausentes no mês 12 na análise do desfecho primário, e o método Markov chain Monte Carlo para imputar valores faltantes. Avaliação foi realizada por intenção de tratar.
Dos 295 homens que participaram do Bone Trial (em 9 centros clínicos), 211 preencheram os critérios de inclusão, dos quais 189 (90%) completaram o tratamento e tiveram exames analisados na linha de base e em 12 meses. Os participantes foram tratados com testosterona ou gel placebo durante um ano. A dose foi ajustada de forma cegada para atingir um nível de testosterona normal. O tratamento com testosterona aumentou a DMO média da coluna lombar trabecular (desfecho primário) em 7,5% (IC95% 4,8-10,3%), comparado com 0,8% (IC95% -1,9% a 3,4%) no placebo, uma diferença de 6,8% (IC95% 4,8-8,7%; P<0,001). A diferença média foi menor (4%, IC95% 3-5%) nas análises de sensibilidade para exames faltantes do mês 12, mas ainda significativos (P<0,001). A magnitude do aumento % na DMO trabecular vertebral da linha de base até o mês 12 em homens tratados com testosterona se associou com alterações na testosterona total (β=0,01, ρ=0,25, P=0,01) e estradiol (β=0,17, ρ=0,37, P<0,001). O tratamento com testosterona aumentou a força do osso trabecular da coluna vertebral em 10,8% (IC95% 7,4-14,3%), comparado com 2,4% (IC95% -1 a 5,7%) em homens do grupo placebo; com diferença de 8,5% (IC95% 6-10,9%; P<0,001). Na DEXA, o tratamento com testosterona determinou aumento da DMO média (3,3%, IC95% 2,01-4,56%) mais do que placebo (2,1%, IC95% 0,87-3,36%; P=0,01). No quadril, foi associado com aumento médio de 1,2% (IC95% 0,19-2,17%) comparado com 0,5% (IC95% -0,45 a 1,46%) no placebo (P=0,052). No colo do fêmur, foi associado a aumento médio de 1,5% (IC95% 0,02-2,97%) e placebo de 0,9% (IC95% -0,49% a 2,35%; P=0,27). Durante o tratamento, 6 fraturas foram relatadas e confirmadas em cada grupo; no ano subsequente, 3 fraturas ocorreram no grupo de testosterona e 4 no grupo placebo.O tratamento com testosterona não foi associado a maior incidência de eventos adversos de próstata ou cardiovasculares do que no grupo placebo. Durante o clube foram discutidos os seguintes aspectos:
·         Foram incluídos apenas homens com níveis de testosterona muito baixos e com baixo risco para doença cardiovascular e Ca de próstata, o que limita a validade externa;
·         Foram incluídos homens sem osteopenia ou osteoporose, o que também limita a validade externa;
·         O tempo de seguimento foi curto para demonstrar aumento do risco de efeitos adversos como câncer de próstata e eventos cardiovasculares, bem como efeitos benéficos (fraturas);
·         Os desfechos avaliados (primários e secundários) foram todos substitutos (medidas de DMO por diferentes métodos). Não houve diferença em desfechos clínicos (fraturas).

Pílula do Clube: Em homens com mais de 65 anos com níveis baixos de testosterona, sem alto risco cardiovascular e de câncer de próstata, o uso de testosterona tópica pode melhorar a densidade mineral óssea da coluna vertebral e osso trabecular medidas por QCT, com benefícios discretos em relação ao quadril e ao osso cortical.


Discutido no Clube de Revista de 03/04/2017.

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