sábado, 7 de abril de 2018

Dipeptidyl peptidase-4 inhibitors, pancreatic cancer and acute pancreatitis: A meta-analysis with trial sequential analysis


Pinto LC, Rados DV, Barkan SS, Leitão CB, Gross JL

Sci Rep. 2018 Jan 15;8(1):782.

Desde o início do uso clínico, há dúvidas se os medicamentos da classe dos inibidores da enzima dipeptidil peptidase 4 (iDPP-4) estão associados com maior risco de câncer de pâncreas e pancreatite aguda. Estudos observacionais, ensaios clínicos randomizados (ECRs) e revisões sistemáticas mostraram resultados conflitantes sobre o assunto. Visando avaliar se o risco dessas condições está aumentado com o uso de iDPP-4 os autores desse artigo fizeram uma revisão sistemática com metanálise de ECRs testando o uso de iDPP-4 em pacientes com diabetes tipo 2. Foram incluídos estudos com duração de pelo menos 24 semanas e que tivessem reportados os desfechos de interesse (câncer de pâncreas e pancreatite aguda). Para avaliar o poder dos achados a técnica de trial sequential analysis (TSA) foi empregada.
Das 1.034 referências localizadas na busca inicial, 38 estudos foram incluídos, perfazendo 59 mil pacientes, sendo que 40 apresentaram câncer de pâncreas e 103 pancreatite aguda. A incidência de câncer de pâncreas for semelhante entre os grupos (Peto OR 0,65; IC95% 0,35–1,21); por outro lado a chance de pancreatite aguda foi maior no grupo de pacientes expostos aos iDPP-4 (Peto OR 1,72; IC95% 1,18–2,53) representando um aumento absoluto de 0,1% ou um NNH de 1.066. A TSA mostrou que o limiar de futilidade foi cruzado para o desfecho câncer de pâncreas (excluindo um risco absoluto de 0,1%), mas para pancreatite não há tamanho amostral suficiente para conclusões definitivas. Durante o Clube de Revista os seguintes pontos foram discutidos:
·         Os autores exploraram outros fatores potencialmente associados com os desfechos, como adjudicação dos eventos e a duração dos estudos individuais;
·         Apesar de se tratar de um aumento absoluto pequeno e de não ter sido confirmado pela TSA (limiar de risco não foi cruzado), o achado de um risco 72% no risco de pancreatite nos pacientes tratados com iDPP-4 é relevante do ponto de vista clínico;
·         O tempo de seguimento avaliado pode não ter sido suficiente para o desenvolvimento do desfecho câncer de pâncreas.

Pílula do clube: O risco de desenvolver câncer de pâncreas pelo uso de iDPP-4 é remoto e um risco tão pequeno quanto 1 caso para cada 1.000 pacientes tratados pode ser excluído. Para o desfecho pancreatite aguda parece haver aumento de risco com o uso de iDPP-4, porém esse achado da metanálise direta não foi confirmado com a TSA, indicando a necessidade de mais dados para conclusões definitivas.

Discutido no Clube de Revista de 22/01/2018.

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