Tae Yon Sung, Min Ji Jeon, Yi Ho Lee, Yu-mi Lee, Hyemi Kwon, Jong Ho Yoon, Ki-Wook Chung, Won Gu Kim, Dong Eun
Song, and
Suck Joon Hong
J Clin Endocrinol Metab 2017, 102(3):793-800.
Trata-se
de estudo de coorte retrospectivo, que envolveu 88 crianças com carcinoma
diferenciado de tireoide (CDT) e teve como objetivo avaliar a utilidade da
classificação de risco da American
Thyroid Association (ATA) e da estratificação dinâmica de risco (EDR) baseada
na reposta à terapia inicial nessas crianças. Foram incluídos todos os
pacientes que realizaram tireoidectomia parcial ou total com diagnóstico de CDT,
no período ente janeiro de 1995 e dezembro de 2014, no Asan Medical Center, em Seoul, Coréia do Sul. Onze pacientes foram
excluídos por falta de informações no acompanhamento. Os pacientes tiveram um
acompanhamento médio de 5,3 anos.
Baseado
na classificação de risco da ATA, 22%, 48% e 30% dos pacientes estavam no grupo
de risco baixo, intermediário e alto, respectivamente. Não houve diferença no
tempo de sobrevida livre de doença entre os grupos de indeterminado e baixo
risco. O risco de doença recorrente/persistente foi maior no grupo de alto
risco (HR 18,4; P=0,005). Em relação à EDR, 49%, 13%, 6% e 31% dos pacientes
foram classificados nos grupos de reposta excelente, indeterminada, bioquímica
incompleta e estrutural incompleta, respectivamente. O risco de doença
recorrente/persistente foi maior no grupo indeterminado (HR 10,2; P=0,045) e no
grupo de reposta estrutural incompleta (HR 98,7; P=0,005) quando comparados ao
grupo de reposta excelente. Durante o Clube de Revista os seguintes pontos
foram discutidos:
·
A classificação de risco da ATA de 2015,
embora já conste no consenso de CDT em crianças, apresenta diversas limitações do
ponto de vista prático em virtude da disponibilidade de todos os dados que a
mesma necessita para classificação;
·
Apesar
do grupo com reposta bioquímica incompleta não ter mostrado um aumento de risco
significativo em relação ao grupo com reposta excelente, talvez pelo pequeno número
de pacientes incluídos neste grupo (n=5), o HR mostrou um aumento progressivo
desde a resposta indeterminada até o grupo com resposta estrutural incompleta,
que deve ser considerado;
·
Enquanto nos adultos os pacientes com
resposta indeterminada apresentam um comportamento semelhante aos com resposta
excelente, neste estudo os pacientes do grupo com resposta indeterminada
apresentaram um aumento de risco semelhante aos do grupo com resposta
bioquímica incompleta. Isto pode ser explicado pelo comportamento mais
agressivo do CDT em crianças, com maior incidência de metástases em linfonodos
e à distância;
·
O estudo apresenta validade externa
comprometida, uma vez que foram incluídos pacientes de um único centro.
Pílula do Clube: A classificação de risco da ATA e a
EDR apresentaram uma boa correlação com o status de doença dos pacientes no
final do acompanhamento, principalmente nos grupos de baixo e alto risco,
podendo ser usadas como ferramentas adicionais na avaliação destes pacientes,
embora sejam necessários mais estudos para validação das mesmas na população
pediátrica.
Discutido no Clube de
Revista de 27/03/2017.
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