Subclinical
Hyperthyroidism and the Risk of Coronary Heart Disease and Mortality
Collet TH, Gussekloo J, Bauer DC, den Elzen WP, Cappola AR, Balmer P, Iervasi G, Åsvold BO, Sgarbi JA, Völzke H, Gencer B, Maciel RM, Molinaro S, Bremner A, Luben RN, Maisonneuve P, Cornuz J, Newman AB, Khaw KT, Westendorp RG, Franklyn JA, Vittinghoff E, Walsh JP, Rodondi N; Thyroid Studies Collaboration
Archives of
Internal Medicine 2012, 172:799–809.
Esta revisão
sistemática com metanálise de dados individuais teve como objetivo avaliar os
riscos de mortalidade total, mortalidade cardiovascular (coronariana e morte
súbita), eventos coronarianos e fibrilação atrial (FA) associados com
hipertireoidismo subclínico endógeno. Foram incluídas coortes prospectivas com
seguimento de mortalidade e desfechos coronarianos, com função tireoidiana (TSH
e T4 livre basal) e com grupo controle com eutireoidismo. Foram excluídos
estudos com hipertireoidismo clínico, aqueles apenas com participantes em uso
de medicações antitireoidianas e tiroxina, e estudos com dados de TSH de
ensaios de 1ª geração. Foram determinados pontos de corte para hipertireoidismo
subclínico (TSH < 0,45 mUI/L com T4 livre normal; TSH suprimido se < 0,10
mUI/L e baixo se 0,10 a
0,44 mUI/L) e eutireoidismo (TSH 0,45
a 4,49 mUI/L). Foi realizada revisão sistemática de
bancos de dados do ano 1950 a
30 de Junho de 2011. Foram coletados dados individuais de 52.674 participantes
do total de 10 coortes. Eventos coronarianos foram analisados em 22.437
participantes de 6 coortes com dados disponíveis, enquanto incidência de FA foi
analisada em 8.711 participantes de 5 coortes. Em análises ajustadas para sexo
e idade, hipertireoidismo subclínico foi associado com aumento de mortalidade
total (HR 1,24; IC95% 1,06-1,46), mortalidade cardiovascular (HR 1,29; IC95% 1,02-1,62)
e FA (HR 1,68; IC95% 1,16-2,43). Não houve associação significativa com eventos
coronarianos (HR 1,21; IC95% 0,99-1,46). Quando realizada análise multivariada
(ajustada para fatores de risco cardiovasculares), manteve-se significativa
apenas a associação com FA incidente (HR 1,71; IC95% 1,18-2,48). Houve uma
tendência para aumento do risco de mortalidade cardiovascular (P 0,02) e de
incidência de FA (P 0,03) com TSH suprimido (HR 1,84 [1,12-3,00] e HR 2,54
[1,08-5,99], respectivamente) quando comparado com TSH baixo (HR 1,24
[0,96-1,61] e HR 1,63 [1,10-2,41], respectivamente). Durante o Clube de Revista, os
seguintes pontos foram discutidos:
- Foram
incluídos apenas estudos com função tireoidiana basal, sem dados sobre o
status de função tireoidiana durante o seguimento e no período próximo aos
eventos;
- Não foram
considerados os valores de T3 para definição de hipertireoidismo
subclínico, o que pode ter levado à inclusão inadequada de pacientes com
tireotoxicose por T3 na análise;
- Foram
realizadas diversas análises de sensibilidade; quando limitadas as
análises para estudos com procedimentos formais de julgamento dos
desfechos, a associação com morte cardiovascular não sustentou
significância.
Pílula do clube: O
hipertireoidismo subclínico endógeno está associado com aumento do risco de
fibrilação atrial, bem como parece se associar com aumento do risco de
mortalidade cardiovascular (coronariana e morte súbita) e de mortalidade total.
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