Comparative safety
and effectiveness of sitagliptin in patients with type 2 diabetes:
retrospective population based cohort study
D T Eurich, S
Simpson, A Senthilselvan, C V Asche, J K Sandhu-Minhas, F A McAlister
BMJ 2013; 346:f2267
Neste estudo de coorte retrospectiva,
o objetivo foi avaliar a segurança do uso da sitagliptina em relação a
hospitalizações e mortes por todas as causas. Para isso, foram incluídos
pacientes e dependentes com seguradora comercial de saúde de 50 estados dos
EUA, através de bancos de dados de laboratórios integrados e fontes americanas.
Foram incluídos novos usuários de antidiabéticos orais entre janeiro de 2004 e
dezembro de 2009, maiores de 20 anos, segurados por plano de saúde empresarial
há pelo menos um ano antes do início do estudo, sem ter antidiabéticos outros prescritos
(incluindo insulina) nesse período. Foram excluídos pacientes em que a insulina
foi a primeira droga prescrita (mas a progressão para esta era permitida) e os
usuários de saxagliptina (comercializada nos EUA a partir de julho de 2009). O
seguimento foi realizado até o término do seguro, morte ou a data final
estabelecida (31/12/09), até 6 anos. Partiu-se de um total de 25.1887 pacientes
utilizando antidiabéticos, chegando-se a um total de 7.2738 pacientes após aplicarem-se
os critérios de exclusão. O desfecho primário estudado foram hospitalizações
por todas as causas e cardiovasculares, e morte por todas as causas. Análises
de sensibilidade foram realizadas (ex.: exclusão de pacientes que necessitaram
de prescrição de insulina, considerados mais graves). Não houve aumento de
hospitalizações ou de mortalidade por todas as causas (RR 0,98; IC95% 0,91–1,06
e RR 1,14; IC95% 0,79–1,65, respectivamente) ou aumento de hospitalizações e
morte por causas cardiovasculares (RR 0,92; IC95% 0,79–1,07) nos pacientes que
usaram sitagliptina. Não houve aumento dos desfechos quando se realizou análises
de sensibilidade ou em grupos de risco (doença renal crônica, doença arterial
coronariana). Durante
o Clube de Revista, os seguintes pontos foram discutidos:
- Trata-se de um estudo observacional com
todas suas limitações;
- Pode ter ocorrido viés de seleção (ex.:
uso de sitagliptina mais frequentemente em obesos por seu efeito neutro
sobre o peso, apesar de que esse viés fortaleceria os resultados do
estudo);
- Em 91% dos casos, a sitagliptina foi
adicionada ao tratamento, o que reflete a prática clínica, já que essa
droga não é primeira escolha na maioria dos casos;
- O aumento da mortalidade e
hospitalizações observadas nos pacientes que necessitaram do uso de
insulina provavelmente se associa a maior gravidade desses indivíduos.
Pílula do Clube: O uso da sitagliptina pode ser uma opção em
pacientes com diabetes tipo 2 que não atingiram bom controle glicêmico com as
drogas de primeira linha. O estudo em questão não confirmou os resultados de
outros estudos recentes, como redução do risco cardiovascular ou aumento de
efeitos adversos como pancreatite e aumento do risco de infecção de vias aéreas
superiores.
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