Testosterone Supplementation in Heart Failure
A Meta-Analysis
Mustafa
Toma, Finlay A. McAlister, Erin E. Coglianese, Venkatesan Vidi, Samip
Vasaiwala, Jeffrey A. Bakal, Paul W. Armstrong, Justin A. Ezekowitz.
Circulation:
Heart Failure 2012;5:315-321
Nesta revisão sistemática com
metanálise, foi estudado o efeito da reposição de testosterona sobre a
capacidade de exercício em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Para isso,
foram selecionados ECRs controlados por placebo que avaliaram o uso de testosterona
em diferentes formulações em pacientes (homens ou mulheres) com IC com
disfunção sistólica. Foram incluídos 4 ECRs, totalizando 199 pacientes, 84%
deles hipertensos, com idade media de 62 anos, classe funcional II e III (90%)
e fração de ejeção média entre 28-35%. O desempenho físico foi avaliado através
do teste da caminhada de 6 minutos (TC6M) ou ergometria. Após padronização dos
resultados para diferentes métodos de avalição do desempenho físico, o
tratamento com testosterona foi associado com aumento significativo da
capacidade de exercício de 0,5 (IC95% 0,1 – 0,96) desvio padrão em relação ao
grupo placebo (em média 54 metros nos estudos que utilizaram TC6M ou 49 metros
nos que utilizaram ergometria). Os pacientes tratados com testosterona
apresentaram maior chance de reduzir de classe funcional (OR 4,9, IC95% 1,6 –
16,8), discreta melhora de parâmetros metabólicos (glicemia, HOMA-IR), bem como
discreto aumento do PSA. Durante o Clube de Revista os seguintes pontos foram
discutidos:
- Foi usada
restrição de idioma, o que, dado o pequeno número de estudos, pode ter
deixado algum estudo relevante de fora desta análise. Além disso, não foi
realizada análise de viés de publicação (não foi apresentado funnel plot);
- Mesmo no
material suplementar não foram apresentados os termos utilizados na busca
dos estudos;
- Os
autores descrevem que estudos não apresentaram heterogeneidade, porém o
valor do I2 não foi apresentado;
- Os
pacientes incluídos não apresentavam hipogonadismo;
- A
dose e via de testosterona administrada foi bastante variável, mas de uma
forma geral, muito próxima a usada em pacientes com hipogonadismo;
- Não
foram avaliados e descritos de forma adequada os efeitos adversos do uso
de testosterona;
- A
testosterona também foi benéfica no estudo que incluiu apenas mulheres, reforçando
o resultado da metanálise;
Pílula do Clube: O uso de testosterona em paciente com IC e disfunção sistólica
parece promissor, em especial para melhora de sintomas. Entretanto, o pequeno
tamanho dos estudos realizados até o momento e as dúvidas em relação à segurança
deste tratamento não autorizam a sua utilização na prática clínica.
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